24 julho 2025

Carla Zambelli deixa o Brasil após condenação e passa a ser considerada foragida

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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), deixou o Brasil na última semana pela fronteira com a Argentina, na região de Foz do Iguaçu (PR), e está atualmente fora da América do Sul. A informação foi revelada pelos colunistas Andréia Sadi e Octavio Guedes, do portal g1, e confirmada pela TV Globo.

Segundo a apuração, Zambelli cruzou a fronteira no dia 25 de maio e seguiu para Buenos Aires, de onde embarcou para outro país ainda não revelado. Como o posto fronteiriço entre Brasil e Argentina na região não exige controle migratório formal, sua saída não foi registrada oficialmente pela Polícia Federal.

O movimento de evasão ocorre 20 dias após a parlamentar ter sido condenada pelo STF por envolvimento na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão da Corte estabeleceu uma pena de 10 anos de prisão em regime inicial fechado. Mesmo tendo tido o passaporte apreendido em 2023, a parlamentar recuperou o documento posteriormente e não havia qualquer medida judicial vigente que a impedisse de sair do país no momento da viagem.

Na manhã desta terça-feira (3), Zambelli anunciou que pedirá licença do mandato parlamentar. Internamente, ministros do STF avaliam que a saída discreta do país pode configurar tentativa de fuga, o que pode levar à decretação de prisão preventiva e inclusão do nome da deputada na lista de procurados da Interpol.

A condenação pela Corte Suprema também ameaça diretamente o futuro político de Carla Zambelli. Além da pena de prisão, ela pode perder o mandato e tornar-se inelegível por oito anos. Como a inelegibilidade não depende do trânsito em julgado da condenação, a medida valerá a partir da publicação da decisão. No entanto, o prazo de inelegibilidade começa a contar apenas após o cumprimento da pena, o que pode afastá-la da vida pública por, no mínimo, 18 anos.

A deputada ainda pode apresentar embargos de declaração, recursos que, mesmo não tendo o poder de reverter a decisão, podem adiar o início da execução da pena. Em casos semelhantes, o STF tem autorizado a prisão após a rejeição dos segundos embargos. Até lá, Zambelli permanece no exterior e passa a ser considerada foragida pela Justiça brasileira.

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