
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou nesta terça-feira (4) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada pela Corte a 10 anos de prisão. A decisão foi tomada após a parlamentar anunciar que deixou o Brasil, alegando perseguição judicial e problemas de saúde.
De acordo com Moraes, há indícios de que a viagem à Europa — depois confirmada como destino aos Estados Unidos — teve como objetivo se esquivar da Justiça. A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que argumentou haver risco à aplicação da lei penal, uma vez que a parlamentar deixou o país antes da conclusão do julgamento dos recursos contra sua condenação.
“É inequívoca a natureza da alegada viagem à Europa, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal”, escreveu Moraes. “O intuito criminoso de Carla Zambelli permanece ativo e reiterado.”
O ministro também determinou o bloqueio de bens, contas bancárias, redes sociais e repasses da Câmara ao gabinete da deputada. Além disso, ordenou à Polícia Federal a inclusão do nome de Zambelli na lista de difusão vermelha da Interpol e a suspensão do passaporte.
Segundo investigadores, Zambelli teria deixado o país por via terrestre, cruzando a fronteira com a Argentina pela cidade de Foz do Iguaçu (PR) até Puerto Iguazú, e de lá seguiu para Buenos Aires, onde embarcou rumo aos Estados Unidos. A assessoria da deputada confirmou que ela está na Flórida.
Em entrevista à Rádio Auriverde, Zambelli alegou que saiu do Brasil para dar continuidade a um tratamento de saúde, mas também denunciou estar sendo alvo de “perseguição judicial”. O advogado Daniel Bialski, que até então a representava, confirmou a viagem, mas informou que deixou a defesa por “motivo de foro íntimo”.
A Constituição Federal prevê que, em caso de prisão de parlamentar, a Câmara dos Deputados deve ser notificada e decidir, em plenário, se mantém ou não a medida.