Nesta semana, o Acre foi palco de dois casos brutais de feminicídio, ambos praticados por homens que diziam amar as vítimas. As histórias, embora distintas, seguem um padrão trágico: o fim de relacionamentos marcados por ciúmes, possessividade e violência.
No município de Rio Branco, o pastor evangélico Natalino do Nascimento Santiago, de 50 anos, foi preso suspeito de matar sua esposa, Auriscléia Lima do Nascimento, a golpes de terçado. Segundo a polícia, o crime teria sido motivado por uma discussão sobre a guarda do enteado de 5 anos, criado por ele como filho. O menino, inclusive, estava no colo da mãe no momento em que ela foi morta.
“Disse que foi o ciúme. Eles decidiram se separar no dia anterior, e a briga foi por conta da guarda da criança. Ele perdeu a cabeça e a matou”, relatou o delegado responsável pelo caso.
Em Senador Guiomard, o crime também teve motivação passional. José Rodrigues de Oliveira, de 54 anos, assassinou a ex-mulher Luana Conceição do Rosário, de 45, com diversas facadas. O autor do crime confessou o assassinato à polícia e afirmou que não aceitava o fim do relacionamento.
“Ele foi até ela, sem qualquer aviso ou chance de defesa, e a atacou. Disse que cometeu o crime por ciúmes e porque tentava reatar o relacionamento, mas ela não queria”, explicou o delegado Rômulo Carvalho.
Um retrato do Brasil
Casos como esses, infelizmente, não são exceções. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2023 uma mulher foi vítima de feminicídio a cada 6 horas no Brasil. A maioria das mortes acontece dentro de casa e tem como autores companheiros ou ex-companheiros.
A banalização da violência doméstica, o machismo estrutural e a lentidão na resposta institucional continuam a ser entraves para evitar tragédias anunciadas. Muitas mulheres, mesmo com medidas protetivas ou denúncias anteriores, ainda não encontram segurança e acolhimento suficientes para romper o ciclo da violência.
Se você ou alguém que você conhece está em situação de risco, procure ajuda.
Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher. Atendimento gratuito e sigiloso.
A PM do Acre disponibiliza os seguintes números para que a mulher peça ajuda:
- (68) 99609-3901
- (68) 99611-3224
- (68) 99610-4372
- (68) 99614-2935
Veja outras formas de denunciar casos de violência contra a mulher:
- Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato;
- Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
- Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
- Qualquer delegacia de polícia;
- Secretaria de Estado da Mulher (Semulher): recebe denúncias de violações de direitos da mulher no Acre. Telefone: (68) 99930-0420. Endereço: Travessa João XXIII, 1137, Village Wilde Maciel.
- Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
- Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
- WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
- Ministério Público;
- Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras).







