19 julho 2025

Falsas denúncias atrapalham buscas por homem que fugiu de escolta policial no interior do Acre

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Francisco Jailson Silva da Costa, de 31 anos, está foragido há mais de duas semanas após fugir durante uma escolta policial, logo após uma audiência de custódia em Rodrigues Alves, no interior do Acre. Segundo a Polícia Civil, informações falsas repassadas por moradores têm dificultado as buscas.

A fuga ocorreu no dia 13 de junho, quando Francisco, que teve a prisão preventiva decretada por suspeita de envolvimento no assassinato de Daniel Saraiva de Mendonça, escapou enquanto era levado por duas policiais civis para uma viatura. Ele correu em direção a uma área de mata e não foi mais encontrado.

O delegado Marcílio Laurentino, responsável pelo caso, explicou que a polícia tem recebido diversas denúncias desencontradas. “Essa semana cercamos uma casa após uma denúncia, mas o Francisco não estava. Em outra ocasião, disseram que ele estava no Ramal do Esquerdo, e também nada foi encontrado. A população muitas vezes inventa, e isso atrapalha nosso trabalho”, lamentou.

Apesar disso, ele acredita que o foragido ainda esteja nas proximidades da cidade, já que não teria condições financeiras para ir muito longe. A suspeita é que Francisco esteja escondido em um matagal e recebendo ajuda de familiares, que estariam levando alimentos.

Laurentino também destacou as dificuldades enfrentadas pelas equipes, que não têm estrutura suficiente para manter um patrulhamento constante. “Ficamos dependendo de informações da comunidade. Estamos realizando várias diligências, e é só uma questão de tempo até localizá-lo. Geralmente esse tipo de pessoa comete algum erro e acaba sendo preso de novo”, afirmou.

Assassinato

O crime pelo qual Francisco é investigado aconteceu no dia 12 de junho. Daniel Saraiva de Mendonça, também de 31 anos, foi encontrado morto pelo próprio irmão, no bairro São Francisco, em Rodrigues Alves. A Polícia Militar suspeita que o crime tenha ligação com um acerto de contas entre membros de facções criminosas.

Francisco foi preso pela PM e, em depoimento, admitiu estar presente no local do crime, mas alegou que outra pessoa teria esfaqueado a vítima.

Fuga e falhas na escolta

Durante a audiência de custódia, a defensora pública responsável pela defesa de Francisco solicitou que suas mãos fossem algemadas para a frente. Após a audiência, quando já havia sido decretada a prisão preventiva, ele conseguiu escapar durante o trajeto até a viatura.

O delegado explicou que o transporte de presos deveria ser feito pelo Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), mas a falta de viaturas do órgão obriga a Polícia Civil a assumir essa função, mesmo sem estrutura adequada. “Estamos há dois anos sem cela na delegacia. Muitas vezes, fazemos o transporte por camaradagem, para o preso não ficar no fórum. Mas não é nossa atribuição”, frisou.

O Iapen informou que, no momento da fuga, a custódia de Francisco estava sob responsabilidade da Polícia Civil. Já o Tribunal de Justiça do Acre destacou que a fuga ocorreu fora das dependências do Fórum, quando o detento já estava sob custódia das forças de segurança.

A polícia segue em busca do foragido. Denúncias falsas, no entanto, continuam prejudicando o avanço das investigações.

Matéria via G1 Acre.

- Publicidade -

Veja Mais