
A Justiça do Acre negou o recurso apresentado por Tatiane Souza da Silva, a oitava condenada pela morte da adolescente Raquel Melo de Lima, de 13 anos, encontrada enterrada em uma cova rasa no início de 2021. A decisão, unânime, foi proferida pelos desembargadores Francisco Djalma, Samoel Evangelista e Denise Bonfim, que mantiveram a pena de 34 anos, 11 meses e 6 dias de prisão imposta à ré em dezembro de 2024.
Tatiane foi condenada por homicídio triplamente qualificado, cárcere privado, ocultação de cadáver e por integrar organização criminosa. Sua defesa havia solicitado a redução da pena, mas os magistrados entenderam que a gravidade dos crimes, a premeditação e sua ligação com uma facção justificam a manutenção da condenação.
Segundo a decisão, as consequências do crime foram especialmente graves devido à pouca idade da vítima, à brutalidade dos atos cometidos e ao sofrimento imposto à família. O corpo da adolescente foi localizado pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) em uma área de invasão nas proximidades do Ramal do Pica-Pau, em Rio Branco. À época, a polícia informou que havia indícios da existência de outras covas no local.
De acordo com as investigações, Raquel teria pedido para deixar a facção criminosa à qual pertencia e, por isso, foi sequestrada de dentro de uma igreja e executada com um tiro no rosto. A motivação do crime teria sido o suposto envolvimento da vítima com uma facção rival, identificado por mensagens encontradas em seu celular.
A Polícia Civil concluiu que a jovem foi levada ao chamado “tribunal do crime”, onde permaneceu em cárcere por horas antes de ser morta com disparos de arma de fogo e golpes de arma branca. O crime chocou a população pela crueldade.
No mesmo dia em que o corpo foi encontrado, os irmãos Yago da Silva Sabino, de 20 anos, e Tyego da Silva Sabino, de 18, foram presos em flagrante e, posteriormente, tiveram a prisão convertida em preventiva.
Julgamento coletivo
Ao todo, oito pessoas foram acusadas pelo assassinato de Raquel Melo. Sete delas foram julgadas em 2021, em júri popular, e condenadas a mais de 320 anos de prisão em regime fechado. Tatiane Souza da Silva estava foragida na época e, por isso, foi julgada separadamente.

Confira as condenações:
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Yago da Silva Sabino – 41 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão + 70 dias-multa
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Tyego da Silva Sabino – 41 anos, 9 meses e 10 dias de reclusão + 70 dias-multa
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Rosinei Pereira Santos – 46 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão + 80 dias-multa
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Janes Cley Pereira Santos – 53 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão + 90 dias-multa
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Rosinaldo Pereira Santos – 43 anos, 3 meses e 10 dias de reclusão + 80 dias-multa
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Francisco Elcivan Leandro Rodrigues – 47 anos, 7 meses e 10 dias de reclusão + 80 dias-multa
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Francisca Roberta Gomes de Araújo Cruz – 46 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão + 80 dias-multa