Durante a audiência pública realizada nesta segunda-feira (9) em Sena Madureira, que discutiu os direitos das crianças neurodivergentes, um apelo emocionado ganhou destaque e comoveu os presentes. Maria de Fátima, mãe de uma adolescente neurodivergente, relatou as dificuldades enfrentadas diariamente por famílias da zona rural, especialmente pela falta de transporte escolar adequado.
“Acordo todo dia às 5h30 para que minha filha consiga estudar. A gente vai até Sena Madureira na catraia do Estado porque não tem transporte oferecido pelo município”, desabafou Maria de Fátima, com a voz embargada. O depoimento escancarou a dura realidade de muitas mães e pais que enfrentam longas jornadas e obstáculos diários para garantir o direito básico à educação para seus filhos.
Moradora da zona rural, Maria de Fátima destacou ainda a ausência de políticas públicas eficazes que contemplem as necessidades específicas das crianças com neurodivergência fora do perímetro urbano. “Minha filha precisa de atenção especial, mas o que mais sentimos é o abandono. A luta é solitária, cansativa, mas não temos escolha”, afirmou.
A audiência pública reuniu autoridades, representantes de associações, educadores e familiares de crianças neurodivergentes. A pauta central foi a necessidade de melhorias urgentes na oferta de transporte, diagnóstico precoce, acompanhamento pedagógico e acesso à saúde especializada.