21 julho 2025

Médica diz que usou spray de pimenta para se defender: “Ameaçada”

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A médica anestesista Livia Maria Ponzoni de Abreu, de 41 anos, afirmou à Polícia Civil que usou spray de pimenta contra uma família de três pessoas, incluindo uma criança de dois anos, para se defender, diz que “se sentiu ameaçada” durante discussão dentro de uma igreja, em Jundiaí, no interior de São Paulo.

Segundo o boletim de ocorrência obtido pelo Metrópoles, a médica contou às autoridades que repreendeu a criança de 2 anos. O registro policial indica que a menina brincava no corredor da igreja.

Livia Maria ainda contou que a mãe da criança começou uma discussão, que evoluiu sem motivo, para que a médica tivesse que acionar o spray de pimenta. A médica disse que se sentiu ameaçada pela mãe da criança de 2 anos, que também foi atingida pelo gás. No entanto, a acusada não soube descrever de forma objetiva o que teria a ameaçado na ação.

O B.O. também aponta que os depoimentos das testemunhas presentes na igreja, em sua maioria, não corrobaram a história da médica e, junto com imagens de vídeo, mostraram que “o comportamento da autuada foi extremamente desproporcional e abjeto, colocando em risco não só a saúde da vítima pretendida, mas também dos demais munícipes que frequentavam a missa”.

Briga na igreja

Segundo o B.O., obtido pelo Metrópoles, Lívia Maria teria reprimido uma criança de 2 anos que brincava no corredor da igreja, durante uma celebração. No registro policial, a mãe da menina contou que a abordagem da médica foi “ríspida”.

A partir deste momento, a mulher afastou a filha e afirmou que estava a corrigindo, porém, foi iniciada uma briga. Segundo o depoimento dela, a médica colocou a mão no rosto da mulher e começou a gritar, dizendo que estava rezando e que a igreja não era um “parque de diversões”.

2 imagensO veículo em que estava a médica foi cercado por populares indignados com a situaçãoFechar modal.1 de 2

O caso aconteceu na Catedral Nossa Senhora do Desterro, no centro da cidade

Reprodução/Pop TV2 de 2

O veículo em que estava a médica foi cercado por populares indignados com a situação

Reprodução/Pop TV

Ainda de acordo com o registro policial, depois de uma troca de “gestos considerados ofensivos”, a médica lançou spray de gás de pimenta contra a família. A criança teve crises de tosse, vômitos e intensa irritação nos olhos. A mãe chegou a cair no chão em decorrência da exposição ao agente químico.

A menina precisou ser socorrida e encaminhada a um hospital com ajuda de uma testemunha presente no local. Ela recebeu os primeiros socorros e foi medicada.

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Além disso, o gás se espalhou e afetou outros fiéis presentes na igreja, incluindo uma mulher gestante e outras pessoas com problemas respiratórios. A polícia ainda afirmou que o incidente gerou tumulto e que a suspeita teria usado o spray de pimenta contra pessoas em situação de rua que a defendiam, o que resultou em danos ao veículo dela, causados por “populares revoltados”.

Um vídeo registrado por uma testemunha flagra a ação (veja abaixo). Um pouco depois, agentes da Guarda Municipal chegam ao local e encontraram a médica trancada no próprio carro.

Veja:



O caso foi registrado como lesão corporal, lesão corporal contra menor de idade e uso de gás tóxico ou asfixiante no 1º Distrito Policial de Jundiaí. Em nota ao Metrópoles, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o spray usado pela suspeita foi apreendido. A médica permanece à disposição da Justiça.

O que diz a catedral

  • Em nota publicada no site oficial da Catedral Nossa Senhora do Desterro, a Diocese de Jundiaí manifestou, “com profunda tristeza e firmeza, seu repúdio ao lamentável episódio” da noite desse domingo, “que afetou diretamente centenas de fiéis reunidos em oração”.
  • “Tal ato, além de provocar tumulto e interromper a celebração eucarística, constitui grave violência contra o espírito de comunhão, respeito e fraternidade que deve sempre reinar nos espaços sagrados. A Casa de Deus é, e deve ser sempre, um lugar de acolhimento, consolo e paz — nunca de hostilidade ou intolerância”, escreveu o bispo Dom Arnaldo Carvalheiro Neto.
  • “A violência, em qualquer forma, jamais será um caminho legítimo para a convivência humana, muito menos quando direcionada contra os mais frágeis e inocentes”, diz a nota.
  • A Diocese expressou ainda solidariedade às vítimas do ocorrido e reafirmou seu compromisso “inegociável” com a não violência, a defesa da dignidade humana e a promoção da paz. “Confiamos às autoridades civis a devida apuração dos fatos e a tomada das providências cabíveis, com respeito ao devido processo e à verdade.”
  • “Rezamos para que este triste episódio desperte em nossa sociedade um renovado compromisso com a paz, a tolerância e o cuidado mútuo. Que, sob o olhar de Nossa Senhora do Desterro, aprendamos a desterrar de nossos corações tudo o que gera divisão, medo ou dor — e a cultivar os frutos do Evangelho: o amor, a paz e a misericórdia”, finaliza o bispo.

  Quem é a médica

Livia Maria Ponzoni de Abreu, de 41 anos, atua na especialidade de anestesiologia em casos de urgência e atendimentos em clínica médica.

Formada em medicina na Universidade de Taubaté, em 2011, Lívia é reconhecida pelo comprometimento em oferecer “tratamentos individualizados e eficazes para os seus pacientes”, conforme o próprio perfil de avaliação em plataformas médicas.

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