20 julho 2025

Policial civil condenado por tráfico de drogas é demitido do cargo no Acre

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Renato Figueiredo, flagrado com 57 kg de drogas em rodovia de RO, foi condenado a 11 anos e perda do cargo — Foto: Reprodução

O ex-policial civil Renato Cavalcante de Figueiredo, de 37 anos, foi oficialmente demitido do cargo nesta segunda-feira (23) após condenação por tráfico de drogas. Ele foi flagrado no dia 17 de janeiro de 2023 transportando mais de 57 quilos de cloridrato de cocaína na BR-364, em Ji-Paraná (RO). A decisão de demissão, assinada pelo governador Gladson Cameli, foi publicada no Diário Oficial do Estado e segue parecer da Procuradoria-Geral do Estado (PGE-AC), que instaurou um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) logo após a prisão.

Renato estava lotado na Delegacia da 1ª Regional de Rio Branco desde julho de 2022. O cargo que ocupava foi declarado vago.

Condenação e processo judicial

Em setembro de 2023, Renato foi condenado a 11 anos e 4 meses de prisão, perda do cargo público e pagamento de 1.133 dias-multa — valor superior a R$ 51 mil — pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Ji-Paraná (RO). A Justiça também determinou o uso de tornozeleira eletrônica. O processo foi arquivado definitivamente em novembro do mesmo ano, mantendo-se as medidas cautelares.

Outro homem que estava no carro com o policial também foi condenado a 10 anos de prisão. À época, a defesa de Renato informou que recorreria da decisão e tentaria reduzir a pena com base no chamado “tráfico privilegiado”.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Renato foi parado durante uma abordagem de rotina na BR-364. Ao ser solicitado que apresentasse a CNH, ele mostrou apenas a carteira funcional de policial civil, comportamento que gerou desconfiança nos agentes. Nervoso e com respostas contraditórias sobre a viagem, ele e o passageiro foram submetidos a uma abordagem mais rigorosa.

Durante a vistoria, os policiais encontraram 50 tabletes de cloridrato de cocaína escondidos em um fundo falso da caminhonete. A droga, que pesava 57,2 quilos, teria saído de Cruzeiro do Sul (AC) e seria entregue em Curitiba (PR).

Renato confessou que fazia o transporte em troca de dinheiro para pagar uma dívida com uma facção criminosa. Já o passageiro alegou desconhecer o conteúdo escondido no veículo e afirmou que apenas pegava carona até a cidade de Contagem, em Minas Gerais.

Ao determinar a perda do cargo público, o juiz do caso destacou que Renato, ao invés de cumprir seu dever de combater o crime, praticou um dos delitos mais graves e que mais afetam a sociedade. “Violou o princípio da moralidade administrativa e não pode continuar exercendo função pública”, escreveu na sentença.

Via G1 AC

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