22 julho 2025

Sessão na Câmara tem bate-boca entre Haddad e deputados bolsonaristas: “Isso é molecagem”, diz ministro

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A audiência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (11), foi marcada por troca de acusações, tumulto e acusações de “molecagem”. O embate ocorreu após críticas dos deputados bolsonaristas Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ), que acusaram o governo Lula de “gastança”, aumento de impostos e irresponsabilidade fiscal.

Ao rebater os parlamentares, Haddad reagiu com irritação diante da ausência dos dois deputados no momento da réplica. “Agora aparecem dois deputados, fazem as perguntas e correm do debate. Nikolas sumiu. Isso é molecagem. Não é bom para a democracia”, disparou. Segundo o ministro, os deputados estavam mais preocupados em gerar conteúdo para as redes sociais do que em debater.

Jordy reage: “Moleque é você”

Pouco depois, Carlos Jordy retornou ao plenário e pediu direito de resposta. Visivelmente irritado, partiu para o contra-ataque. “Moleque é você, ministro, por ter aceitado um cargo dessa magnitude tendo cursado apenas dois meses de economia. Moleque é você por fazer o país ter o maior déficit da história. Governo Lula é pior do que uma pandemia”, declarou.

Nikolas Ferreira também voltou à sessão e criticou o ministro por, segundo ele, retratar um Brasil “irreal”. “Você pinta um país que não existe. A classe média também sente os efeitos da alta dos impostos. Vocês aumentaram tributos sem cortar gastos, não têm responsabilidade fiscal”, disse.

Diante do clima tenso, o deputado Rogério Correia (PT-MG), que presidia a sessão, tentou intervir para restaurar a ordem e anunciou a retirada das ofensas de Jordy do registro oficial. A oposição exigiu, então, que as falas de Haddad também fossem excluídas. Sem consenso, a sessão foi encerrada antes do fim da lista de oradores.

Haddad critica Bolsonaro e fala em desrespeito

Na saída, Haddad afirmou que a postura dos parlamentares foi desrespeitosa. “Eles fazem insinuações e saem antes da resposta. Isso já aconteceu com a Marina e agora comigo. Viemos aqui para esclarecer, mas eles fogem do debate”, criticou.

Em sua defesa, Haddad rebateu o argumento de que o governo Bolsonaro entregou superávit de R$ 54 bilhões em 2022. Segundo ele, o resultado foi alcançado por meio de “calotes” e medidas artificiais. Entre elas, citou:

  • Redução forçada do ICMS dos combustíveis, que gerou prejuízo aos estados;

  • Suspensão do pagamento de precatórios, com impacto postergado de R$ 92 bilhões;

  • Venda da Eletrobras a preços considerados baixos;

  • Distribuição recorde de dividendos da Petrobras, que classificou como “depenagem” da estatal.

“O superávit de 2022 foi feito com calote e torrando patrimônio público. Assim, qualquer um faz superávit”, disse Haddad.

 Em 2023, o governo Lula sancionou lei que destinou R$ 27 bilhões para compensar os estados pela perda de arrecadação causada pela limitação do ICMS, aprovada pelo Congresso e sancionada por Bolsonaro no ano anterior.

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