
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para a próxima segunda-feira, 9 de junho, o início dos interrogatórios dos réus na ação penal que investiga uma suposta trama golpista com o objetivo de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022.
Relator do processo, Moraes determinou que os interrogatórios sejam presenciais e ocorram na sala de audiências da 1ª Turma do STF. A única exceção será o ex-ministro Walter Braga Netto, que cumpre prisão preventiva no Rio de Janeiro e será ouvido por videoconferência.
O primeiro a prestar depoimento será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no inquérito. Em seguida, os demais réus do núcleo considerado central na tentativa de golpe serão ouvidos em ordem alfabética:
-
Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin)
-
Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
-
Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
-
Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
-
Jair Bolsonaro (ex-presidente da República)
-
Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
-
Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil)
As sessões estão previstas para ocorrer das 14h às 20h. Caso o tempo seja insuficiente, os depoimentos continuarão até sexta-feira, 13 de junho. Conforme assegura a Constituição, os réus têm o direito de permanecer em silêncio.
Fase de testemunhas concluída
O STF concluiu nesta segunda-feira (2) a fase de depoimentos das 52 testemunhas de acusação e defesa. Durante os relatos, foi confirmada a realização de uma reunião no Palácio da Alvorada onde, segundo as testemunhas, Jair Bolsonaro teria discutido abertamente a possibilidade de uma ruptura institucional.
Momentos de tensão também marcaram as audiências. O ministro Moraes chegou a repreender um dos depoentes e ameaçou prender o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, que prestou depoimento em favor dos acusados.
Bolsonaro é acusado de liderar uma organização criminosa com o objetivo de subverter a ordem democrática e impedir a alternância legítima do poder após as eleições de 2022.