8 dezembro 2025

Acre exporta mais de 330 mil bezerros em seis meses e preocupa setor

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O Acre registrou a venda de 328.566 bezerros para outros estados somente no primeiro semestre de 2025. O número, divulgado por órgãos estaduais, representa um aumento de 122% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram comercializadas 147.398 cabeças.

De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (FAEAC), Assuero Veronez, os pequenos criadores foram responsáveis pela venda de 154.573 bezerros, enquanto os grandes produtores enviaram 173.993 cabeças a estados como Rondônia, Mato Grosso e Goiás. “Temos um aumento de mais de 100% em comparação ao rebanho de apartação no ano passado”, destacou.

Veronez avalia que, embora haja apreensão entre os pecuaristas, a saída de animais para fora do estado não deve ser vista como um prejuízo. Segundo ele, a movimentação ajuda a manter o equilíbrio entre oferta e demanda no mercado interno. “É importante manter esse fluxo, pois garante um equilíbrio no mercado, para que não haja, no futuro, uma oferta muito grande de boi gordo, acima da capacidade de abate dos frigoríficos. A oferta maior que a procura refletiria numa queda do preço da arroba do boi”, ponderou.

Em 2024, os pequenos criadores haviam negociado 90.696 bezerros, enquanto criadores de fora do estado transferiram 56.702 cabeças para unidades da federação vizinhas. Agora, com a nova alíquota de ICMS em vigor, os produtores que desejam vender para fora do Acre precisam pagar 12% por animal. Se for comprovada transferência irregular com o objetivo de sonegação, a cobrança sobe para 19%. O valor de referência por cabeça foi fixado em R$ 1.600.

Murilo Leite, presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos e Matadouros do Acre (Sindcarnes) e proprietário do Frigonosso, afirmou que os frigoríficos locais abateram 580 mil cabeças no ano passado. Ele ainda destacou que 55% dos abates são de fêmeas e 45% de machos.

Segundo Leite, nos últimos dois anos houve uma retenção estratégica de fêmeas nas propriedades, motivada pela valorização dos bezerros para reposição do rebanho de corte. “Nestes últimos dois anos, a indústria abateu menos animais”, explicou. Atualmente, o rebanho bovino do Acre é estimado em 5,2 milhões de cabeças.

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