8 outubro 2025

Após três anos em casebre sem paredes, alunos da zona rural do Bujari voltam às aulas em nova escola

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Imagem via G1 Acre.

Depois de três anos estudando em condições precárias, em um casebre sem paredes e no meio do mato, alunos dos ramais Espinhara e Funtac, na zona rural do município do Bujari (AC), retornaram às aulas nesta segunda-feira (14) em um novo espaço: a sede recém-inaugurada da Escola Estadual Rural Limoeiro Anexo.

A unidade foi entregue oficialmente na última quinta-feira (10), em cerimônia que contou com a presença de moradores, autoridades da Secretaria de Estado de Educação (SEE), representantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC) e da Prefeitura do Bujari.

Imagem via G1 Acre.

A situação anterior dos estudantes foi denunciada em reportagens do g1 e do programa Fantástico, em junho. As imagens mostravam crianças assistindo às aulas em uma estrutura improvisada, sem paredes, chão de barro e cobertura de telhas sustentada por madeira.

Imagem via G1 Acre.

Com a nova estrutura, os estudantes agora contam com salas de aula adequadas, refeitório, copa, despensa e banheiros. Antes, alunos de diferentes séries eram agrupados em uma única turma. Agora, com duas salas, eles podem ser divididos conforme o ano escolar.

“Estudávamos em uma escolinha que nem era cercada. Agora, me sinto bem e ansioso para aprender mais matemática e português”, contou o aluno Tiago Amorim, de 12 anos. Já Gabriel Azevedo, de 11 anos, destacou a motivação que o novo espaço trouxe: “Tem muitas coisas novas que a outra escola não tinha. Agora quero aprender ainda mais”.

Imagem via G1 Acre.

A professora Gracielia Assis também comemorou a mudança. “Estou muito feliz e ansiosa por trabalhar em um local estruturado, com materiais adequados e com a assistência necessária”, disse.

Repercussão e medidas judiciais

A nova sede é resultado de um acordo firmado entre a SEE-AC e o TCE-AC, após a repercussão da denúncia. No dia 13 de junho, o Tribunal de Contas determinou o afastamento cautelar do secretário estadual de Educação, Aberson Carvalho, por 30 dias, decisão que não foi acatada pelo governo, que optou por mantê-lo no cargo.

Imagem via G1 Acre.

Além disso, o Ministério Público do Acre (MP-AC) recomendou a suspensão das aulas na unidade improvisada até que uma nova estrutura fosse entregue. A Secretaria de Educação atendeu à recomendação e interrompeu as atividades em 16 de junho, estabelecendo o prazo de um mês para a conclusão da nova sede.

A construção da escola fazia parte de uma ação civil pública movida pelo MP-AC, que também exigia a reestruturação de outras unidades rurais para evitar situações semelhantes. “A escola, como foi construída, atende aos padrões mínimos de estrutura e acessibilidade exigidos para uma unidade rural”, afirmou o promotor Antônio Alceste Callil.

Via G1 Acre.

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