
Apesar do recesso parlamentar, deputados e senadores alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram em Brasília para articular uma ofensiva contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após as recentes medidas judiciais impostas ao ex-mandatário. Na última sexta-feira (18), Moraes determinou o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro, proibiu sua atuação nas redes sociais e, nesta segunda-feira (21), ameaçou prendê-lo em caso de descumprimento das ordens.
A ofensiva bolsonarista deve ganhar força logo após o retorno oficial das atividades legislativas. No Senado, a principal pauta é a tentativa de colocar em votação um pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes, proposta que já vinha sendo defendida por parlamentares da oposição. Na Câmara dos Deputados, os aliados de Bolsonaro pretendem avançar com uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim do foro privilegiado, além de outra que trata da anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
No Supremo Tribunal Federal, a movimentação já era esperada. Ministros da Corte previam retaliações por parte da oposição no Congresso, especialmente em razão de decisões recentes de Moraes e de outros magistrados que desagradaram parlamentares bolsonaristas, como os julgamentos sobre a taxação do IOF e a suspensão de repasses por emendas parlamentares.
A crise entre os Poderes, acentuada pelas medidas judiciais e a reação política, tende a intensificar o clima de instabilidade institucional, com possível repercussão sobre pautas legislativas e o andamento de projetos considerados prioritários tanto pelo governo quanto pela oposição.



