14 agosto 2025

Brasil cai para 87ª posição em ranking do FMI e se aproxima da metade mais pobre do mundo

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O Brasil registrou uma queda expressiva no ranking global de Produto Interno Bruto (PIB) per capita com paridade de poder de compra (PPC), divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Em 1980, o país ocupava a 48ª colocação. Em 2024, despencou para o 87º lugar — uma perda de 39 posições ao longo de 45 anos, o que reflete um desempenho econômico inferior ao de diversas nações no mesmo período.

Embora o PIB per capita brasileiro tenha aumentado em termos absolutos — de US$ 13,7 mil em 1980 para US$ 19,6 mil em 2024 —, esse avanço foi insuficiente frente ao ritmo de crescimento global. Ou seja, o mundo evoluiu em um ritmo mais acelerado, e o Brasil perdeu protagonismo. Isso indica que a economia brasileira cresceu menos que a de seus pares, enquanto o custo de vida no país aumentou mais que a média internacional.

As projeções para o futuro são ainda mais preocupantes. Segundo estimativas do FMI, o Brasil pode cair para a 89ª posição até 2030, aproximando-se cada vez mais da metade mais pobre do planeta. Mantido o atual ritmo de crescimento, o país deve seguir perdendo espaço na economia global, distanciando-se tanto das economias desenvolvidas quanto de outras nações emergentes.

A trajetória recente ajuda a explicar o cenário. O PIB per capita em PPC caiu acentuadamente até 2016, como consequência da recessão. Depois, entre 2017 e 2019, houve uma leve recuperação, que foi interrompida pela pandemia de covid-19. Desde 2020, o indicador voltou a crescer, mas de forma modesta. Em 2024, atingiu US$ 19.594 — praticamente o mesmo valor de 2013 (US$ 19.169) —, porém com uma piora no ranking: de 79º lugar em 2013 para o 87º neste ano.

Entre os fatores que contribuem para esse desempenho estão os elevados gastos públicos, que alimentam a inflação, reduzem o poder de compra e aumentam a carga tributária, comprometendo a competitividade do país. Os juros altos também dificultam o acesso ao crédito e restringem investimentos em infraestrutura e consumo.

Outro entrave decisivo é a qualidade insatisfatória da educação. A precariedade do ensino gera um número expressivo de trabalhadores informais com baixa qualificação e poucas oportunidades de ascensão social. Como resultado, esse grupo tende a depender de políticas assistenciais, o que perpetua o ciclo de estagnação econômica e exclusão social.

O alerta do FMI serve como um sinal de advertência: sem avanços em produtividade, educação e eficiência econômica, o Brasil corre o risco de continuar estagnado, desperdiçando seu potencial e comprometendo o futuro.

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