11 julho 2025

Com apoio apertado, Câmara dos Estados Unidos aprova plano trilionário de Trump

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A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos deu sinal verde, nesta quinta-feira (3/7), ao ambicioso projeto fiscal e orçamentário do presidente Donald Trump, conhecido como “One Big Beautiful Bill”. A proposta já tinha sido aprovada no Senado; passou na Câmara por 218 votos a 214, com dois republicanos contrariando o partido, e agora aguarda apenas a assinatura de Trump, que pretende oficializar a medida nesta sexta-feira (4/7), feriado da Independência americana.

O pacote legislativo propõe uma série de mudanças profundas na política fiscal do país. Entre os destaques estão cortes expressivos em programas sociais como o Medicaid e a assistência alimentar, além da eliminação de incentivos à energia limpa. A ideia, segundo Trump, é ampliar o investimento em defesa, segurança nas fronteiras e benefícios fiscais, principalmente para setores empresariais e para a população de maior renda.

Veja as fotosAbrir em tela cheia Projeto foi apelidado de “One Big Beautiful Bill”Foto: Kenny Holston/The New York Times Senado americano aprova pacote orçamentário de Trump, apelidado de “One Big Beautiful Bill”Reprodução: Associated Press Donald Trump falou dos ataques dos Estados Unidos contra o Irã neste sábado (21/6)Reprodução: Globo Donald TrumpReprodução: CNN Trump e Musk na época em que estavam em bom relacionamento na política dos EUAFoto: Associated Press

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O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) estima que a nova legislação adicionará US$ 3,3 trilhões à já elevada dívida pública dos EUA até 2034, que está atualmente em torno de US$ 36,2 trilhões. A medida é vista por críticos como um grande risco fiscal e um retrocesso em áreas essenciais como saúde e sustentabilidade ambiental.

O texto propõe a extensão e o aprofundamento de cortes de impostos iniciados durante o primeiro mandato de Trump, em 2017. Isso inclui a redução das alíquotas do Imposto de Renda, isenções sobre gorjetas e horas extras, benefícios para idosos com renda até US$75 mil anuais e deduções para empresas que investem em pesquisa.

Em contrapartida, a arrecadação será reforçada por medidas como a taxação de rendimentos de fundos universitários, a restrição de créditos de saúde a imigrantes sem documentação regular e o endurecimento das regras para o crédito infantil, o que pode afetar cerca de 2 milhões de crianças.

Entre os pontos mais criticados do projeto estão as mudanças nas regras do Medicaid, que deixarão milhares de pessoas sem assistência médica. Para continuar no programa, adultos sem filhos e sem deficiência precisarão comprovar pelo menos 80 horas de trabalho mensais. Estados também poderão cancelar a cobertura de quem não apresentar a documentação exigida.

A reforma altera ainda pontos do Obamacare, aumentando a burocracia para manter o acesso a planos de saúde subsidiados. A expectativa é que quase 12 milhões de americanos fiquem sem cobertura, segundo projeções do CBO.

Enquanto corta em áreas sociais, o projeto injeta recursos em defesa e segurança nacional. São US$ 150 bilhões para as Forças Armadas, incluindo aportes no sistema de defesa espacial Golden Dome, e US$ 175 bilhões voltados a medidas anti-imigração, como ampliação de patrulhas e construção de instalações na fronteira sul. Nesse sentido, as regras para imigrantes, incluindo brasileiros, devem ficar mais rígidas para viver no país.

A tramitação do projeto foi marcada por intensas articulações políticas. Na véspera da votação, Trump cancelou compromissos para receber deputados indecisos na Casa Branca. Durante a madrugada, o líder republicano na Câmara, Mike Johnson, liderou uma ofensiva para garantir os votos necessários. A votação chegou a ser adiada após um discurso de quase oito horas do democrata Hakeem Jeffries.

Apesar da aprovação, a medida enfrentou resistência até mesmo dentro do Partido Republicano. Cinco parlamentares inicialmente sinalizaram voto contrário, mas recuaram após pressões internas e ligações diretas do presidente.

A oposição democrata classificou o pacote como punitivo. Até mesmo o empresário Elon Musk, antigo aliado de Trump, atacou publicamente a medida, chamando-a de “aberração”.

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