
Gleyce Amorim da Silva Santos, de 34 anos, moradora de São Gonçalo (RJ), viveu uma surpresa que jamais imaginava. Mãe de duas meninas, ela havia feito laqueadura há três anos, mas descobriu recentemente que está grávida novamente.
“Quando comecei a ter enjoos e a menstruação atrasou, nem pensei em gravidez, pois estava laqueada. Fiz o teste só por desencargo e, para minha surpresa, deu positivo. O 1% aconteceu comigo”, conta.
A laqueadura foi feita em novembro de 2021, logo após o nascimento de sua filha mais nova, Cecília, durante o parto cesárea. Segundo Gleyce, o procedimento foi acompanhado pelo marido e, na época, ela não recebeu orientação médica para realizar exames posteriores que confirmassem a eficácia da cirurgia.
Sem desconfiar de uma nova gravidez, Gleyce só percebeu algo estranho após um almoço de Dia das Mães. Os enjoos aumentaram e, por sugestão da mãe, ela tomou chá de boldo, achando que era apenas uma indisposição. Mas o atraso menstrual acendeu o alerta e, após um sonho relatado por uma vizinha, ela decidiu fazer um teste de farmácia.
“Nem acreditei quando vi o resultado. Comecei a chorar, foi um misto de choque e emoção”, lembra. O exame de sangue confirmou a gravidez e o ultrassom mostrou que o bebê estava no útero, com oito semanas.
Segundo os médicos, as trompas dela se regeneraram e se uniram novamente, o que, embora raro, pode ocorrer com o tempo. “Quando assinei o termo da laqueadura, dizia que havia 1% de chance de falha. E esse 1% foi comigo”, afirma.
Família acolheu a notícia com alegria
Após o susto inicial, a família acolheu a notícia com felicidade. “Minhas filhas estão empolgadas e meu marido ficou na esperança de ser um menino desta vez. No começo, ninguém acreditava, mas agora todos estão vibrando com a gente”, conta.
Gleyce está atualmente com 14 semanas e se sente melhor, após um começo de gestação com muitos enjoos. O bebê deve nascer no final de dezembro, e o sexo ainda não foi revelado.
Especialistas explicam que, embora a laqueadura seja considerada um método seguro, não é 100% eficaz.
A taxa de falha varia entre 0,3% e 0,5%, principalmente no primeiro ano após o procedimento. Com o tempo, esse risco diminui, mas ainda assim, casos como o de Gleyce podem acontecer devido à recanalização das trompas.
“O importante é entender que, quando há gravidez após laqueadura, não significa erro médico. É uma falha possível, apesar de rara”, explica o ginecologista e obstetra Alexandre Pupo.
Gleyce, por sua vez, decidiu viver a gestação com alegria: “Se aconteceu, é porque tinha que acontecer. Essa criança está trazendo felicidade para nossa família.”
Por Amanda Moraes/CRESCER.







