
Na manhã desta quarta-feira, 2 de julho, uma mãe moradora do bairro Chagas de Castro, em Manoel Urbano, procurou o portal YacoNews para denunciar a falta de transporte escolar para crianças da área urbana, especialmente aquelas com necessidades especiais. O caso reacende o debate sobre o direito à educação inclusiva e o acesso ao transporte público adequado no município.
A mãe relatou que tem um filho de 4 anos diagnosticado com autismo e uma filha de 2 anos. As duas crianças estudam na Creche Ieda Araújo. Recentemente, a família se mudou da zona rural para a cidade a fim de cuidar da documentação e dos atendimentos médicos do filho, que precisa de terapias regulares. Mesmo assim, a criança continua sem acesso ao transporte escolar. “Tenho que enfrentar o sol todos os dias com as duas crianças. A escola fica a cerca de dois quilômetros daqui e a entrada do bairro fica intransitável quando chove, igual a um ramal”, relatou.
Ela afirma ter procurado a Secretaria Municipal de Educação, que informou que o transporte escolar é exclusivo para a zona rural. “Disseram que foi uma decisão tomada com autorização do promotor de justiça. Que aqui no Chagas de Castro é bairro da cidade e por isso não temos direito. Mas várias mães estão na mesma situação que eu”, disse.
A moradora também contou que já procurou o Conselho Tutelar e a Assistência Social na tentativa de conseguir um veículo para levar seu filho à escola e às terapias. “Ele vai precisar estudar de manhã por causa das terapias. À tarde ele já estuda normalmente, mas não tenho rede de apoio. Já falei com várias pessoas e ninguém responde. Precisamos de um carro não só para ele, mas para outras crianças que também têm problemas de saúde”, lamentou.
Segundo ela, outras mães do bairro também enfrentam dificuldades semelhantes. “Aqui no Chagas de Castro é como se fosse uma comunidade. Não é só meu filho. Tem várias crianças precisando de ajuda com transporte.”
A Secretaria de Educação confirmou que o transporte escolar é destinado exclusivamente à zona rural, com base em orientações do Ministério Público. A servidora, em conversa registrada com a mãe, declarou: “Eu lhe entendo. Infelizmente não posso fazer nada. Outros pais já tentaram e foi negado”.
Elas reivindicam uma solução urgente, principalmente para as crianças com deficiência e problemas de saúde, que dependem do transporte escolar para frequentar a escola e realizar tratamentos.
A reportagem aguarda posicionamento da Prefeitura de Manoel Urbano, da Secretaria Municipal de Educação e do Ministério Público sobre o caso.
Veja a denuncia: