16 dezembro 2025

Mais de R$ 40 milhões repassados pelo governo federal para Rio Branco permanecem “engavetados”, denuncia Petecão

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Foto edição: noticiasdahora

Um grave alerta acende sinal de risco para a capital acreana: segundo relatório encaminhado pelo senador Sérgio Petecão (PSD‑AC) ao vereador Eber Machado (MDB), mais de R$ 36,9 milhões — parte de um lote superior a R$ 40 milhões — destinados a obras estruturais e sociais na cidade encontram-se estagnados, sem qualquer execução por parte da Prefeitura de Rio Branco.

  • Recursos federais oriundos dos ministérios da Integração, Desenvolvimento Regional, do Calha Norte e outros estavam previstos para pavimentação de ramais, reformas de quadras esportivas, ginásios, construção de restaurantes populares, galpões para ribeirinhos e centros de convivência do idoso.

  • Projeto principal, no valor de R$ 4,78 milhões para pavimentar o Ramal do Noca (Transacreana), está parado desde fevereiro por ausência de documentação municipal.

  • Outros destaques: R$ 3,84 milhões para restaurante popular no Segundo Distrito, R$ 997 mil para galpão de ribeirinhos, entre R$ 698 mil e R$ 876 mil para coberturas de quadras, R$ 2 milhões para ginásio no Alberto Sena (com só 12% executado), e R$ 4,2 milhões para centros de convivência do idoso, sem nenhuma movimentação licitatória.

O senador acusa a Prefeitura de manter os recursos em “cláusula suspensiva” — aguardando providências que nunca chegam. Já o vereador, em sessão acalorada, portou uma lata de óleo de peroba em tom de protesto, afirmando que era “para passar na cara de pau” do prefeito Tião Bocalom. Machado o chamou de “incompetente” e “politiqueiro”, afirmando que a paralisação das obras prejudica diretamente agricultores e comunidades rurais.

A Prefeitura rebate

Em nota oficial, a Seinfra informou que, dos R$ 43,7 milhões destinados a Rio Branco, R$ 21,3 milhões já foram totalmente executados, R$ 10,1 milhões estão em andamento, R$ 5,4 milhões em fase de licitação e R$ 6,9 milhões em processo de aprovação — “não há paralisação”.

Risco de perda federal e crise regional

A devolução ou cancelamento de repasses federais não traria apenas impacto financeiro: obras inacabadas significam estradas ainda de chão batido, ginásios fechados e falta de suporte para ribeirinhos, idosos e produtores do interior. Na visão de Petecão, esse atraso pode custar caro à imagem eleitoral da Prefeitura e comprometer serviços essenciais à população urbana e rural.

  1. Prazo para envio de documentos: a Prefeitura precisa comprovar em breve que está trabalhando nas pendências para evitar rescisão dos convênios.

  2. Fiscalização do TCU e controle externo: órgãos de controle podem entrar na pista para checar se os bloqueios são justificáveis.

  3. Resposta política: se a situação se mantiver, Petecão e Eber devem seguir com articulações, até mesmo judicial ou junto ao MP, para reverter o quadro.

Mais do que números, estamos diante de uma disputa decisiva: se os recursos forem retomados, pode significar alívio para dezenas de comunidades. Se não, os R$ 40 milhões podem voltar a Brasília — e junto com eles, a desconfiança sobre a capacidade administrativa da Prefeitura de Rio Branco.

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