
Após mais de 20 dias foragido, Diego Luiz Gois Passo, suspeito de atropelar e matar a assessora jurídica Juliana Chaar Marçal, foi preso na manhã desta terça-feira (15) por equipes do Grupo Especial de Operações em Fronteira (Gefron). A prisão ocorreu nas proximidades da barreira de Senador Guiomard, no interior do Acre.
O caso ganhou repercussão após o atropelamento ocorrido na madrugada de 21 de junho, na saída da casa noturna Dibuteco, em Rio Branco. Juliana, de 36 anos, foi atingida por uma caminhonete durante uma confusão no local. Ela chegou a ser socorrida ao Pronto-Socorro da capital, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo a Polícia Civil, Diego Passo era considerado foragido desde que teve a prisão temporária decretada no dia 22 de junho. No último sábado (12), ele conseguiu escapar de uma operação policial na zona rural do Bujari. Na ocasião, duas pessoas ligadas a ele — uma prima e o marido dela — foram presas por posse ilegal de armas, após a polícia encontrar uma espingarda, uma pistola e um revólver calibre 38 em uma das propriedades da família.
O delegado Cristiano Bastos informou que, durante as buscas, moradores alertaram Diego sobre a presença da polícia, permitindo sua fuga pela mata. A defesa alega, no entanto, que ele se apresentou voluntariamente ao Gefron nesta terça-feira.
Prisão domiciliar negada
Na última sexta-feira (11), a Justiça indeferiu um pedido de prisão domiciliar feito pela defesa de Diego Passo. O juiz Alesson Braz argumentou que o investigado, ao fugir e não se apresentar, demonstrou desinteresse em colaborar com as investigações. Além disso, o pedido foi rejeitado por falta de comprovação de que Diego fosse o único responsável pelo filho menor de idade.
A decisão também considerou agravantes, como o fato de o motorista não ter prestado socorro à vítima. O juiz destacou que “a fuga do local e a ausência de socorro evidenciam o perigo da liberdade do investigado e justificam sua prisão”.
Relembre o caso

Juliana Chaar, que atuava como assessora no Tribunal de Justiça do Acre, foi atropelada por volta das 5h da manhã de 21 de junho. Testemunhas relataram que uma discussão generalizada ocorreu no bar momentos antes do atropelamento. Câmeras de segurança registraram o momento em que uma caminhonete preta avança e atinge a vítima.
A polícia chegou ao local após denúncias de disparos de arma de fogo. O advogado Keldheky Maia, amigo de Juliana, foi preso por suspeita de efetuar os disparos, mas liberado na audiência de custódia. A investigação aponta que Diego Passo deixou o local sem prestar socorro.
A defesa afirma que Diego não viu Juliana e que tentou retornar, mas fugiu com medo da aglomeração no local.
A Polícia Civil deve conceder entrevista coletiva ainda nesta terça para apresentar detalhes da prisão. O caso segue em investigação pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).