
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio da Promotoria de Justiça de Defesa da Criança e do Adolescente de Cruzeiro do Sul, abriu procedimento para apurar as circunstâncias da trágica morte de Jéssica Souza dos Santos, de 22 anos. A jovem perdeu a vida na tarde do último sábado (19), após ser atingida por uma linha com cerol enquanto pilotava uma motocicleta.
O acidente aconteceu no bairro João Alves. Segundo testemunhas, Jéssica subia a ladeira da Rua do Purus quando foi surpreendida por uma linha cortante, que atingiu diretamente seu pescoço. A jovem morreu ainda no local, antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A cena, marcada por comoção, levantou revolta e indignação na comunidade.
A prática perigosa do uso de cerol — mistura cortante feita com cola e vidro moído — ou da chamada linha chilena, mais agressiva ainda, é considerada crime e representa uma ameaça real à vida de pedestres, motociclistas e ciclistas. Desde 2024, está em vigor no Acre a Lei Estadual nº 4.394, que proíbe a posse, fabricação, comercialização e uso dessas substâncias. A legislação também determina que a prática de empinar pipas deve ocorrer em áreas seguras e regulamentadas.
Além da legislação estadual, o Código Penal Brasileiro também trata do assunto. No artigo 132, está prevista pena de até um ano de detenção para quem expõe a vida ou a saúde de outra pessoa a perigo direto, sem prejuízo de outras responsabilidades em casos mais graves — como o que tirou a vida de Jéssica.
O Ministério Público informou que acompanhará o caso de perto e tomará todas as providências legais necessárias para garantir justiça. A morte da jovem reforça a urgência de medidas mais rígidas e do reforço da conscientização sobre os riscos do uso de linhas cortantes.






