Alice Wegmann está vivendo um dos momentos mais marcantes da carreira. Em “Vale Tudo”, ela dá vida a Solange Duprat, uma das personagens mais icônicas e queridas da teledramaturgia brasileira — e faz isso com uma elegância que só as grandes atrizes conseguem. Não tenta copiar, nem reinventar à força. Alice simplesmente incorpora Solange com verdade, frescor e intensidade, como se o papel sempre tivesse sido dela.
Ao mesmo tempo, está no ar na terceira temporada de “Rensga Hits!”, interpretando Raíssa. E é quase inacreditável que Solange e Raíssa venham da mesma atriz. A diferença de tom, de energia, de olhar… tudo muda. Isso não é só versatilidade, é entrega total. Alice desaparece para que as personagens apareçam. E isso é atuação de verdade.
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Ela é, sem exagero, uma das melhores atrizes de sua geração. E vai além do talento técnico: tem presença, inteligência cênica e uma sensibilidade que salta da tela. Alice tem a rara capacidade de emocionar sem precisar gritar.
Fora de cena, também chama atenção — mas por outros motivos. Ela não vive no modo “celebridade full time”. Não ostenta uma vida glamurosa, não performa um lifestyle perfeito. Parece mais interessada em fazer boas escolhas do que em alimentar expectativas. E isso a torna ainda mais real.
Alice se posiciona, fala o que pensa, não finge neutralidade para agradar. Parece pertencer a uma geração que entende que autenticidade não se vende, se constrói. Ela é atriz mesmo, dessas que a gente assiste com prazer e admiração. Gente como a gente — só que com um talento raro, desses que não se ensina.
Num tempo em que o hype grita mais alto que o conteúdo, Alice Wegmann é a exceção que prova o valor da consistência. Não corre atrás dos holofotes. Ela os conquista, cena a cena.