Em tempos de mensagens instantâneas e celulares onipresentes, certos conflitos clássicos das novelas exigem uma dose extra de criatividade para fazer sentido. E foi exatamente isso que “Vale Tudo” fez para recriar uma das sequências mais icônicas da versão original de 1988: o plano de Odete Roitman (Débora Bloch) para sabotar Raquel (Taís Araujo) com maionese envenenada.
Na versão original, Celina (Nathália Timberg) sai correndo para avisar Raquel (Regina Duarte) sobre o veneno colocado nos potes de maionese. O desespero era legítimo: não havia outra forma de comunicação imediata. Já no remake, escrito por Manuela Dias, a solução encontrada para manter o suspense foi criar um apagão — literal. Sem energia, sem sinal, sem telefone. Dessa forma, a equipe de Raquel precisa sair na base do “corpo a corpo” para impedir que a maionese contaminada chegue aos restaurantes.
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No capítulo previsto para ir ao ar em 15 de agosto, Raquel e Poliana (Matheus Nachtergaele) saem em disparada para alertar os clientes. Em cenas de puro nervosismo, elas entram e saem dos estabelecimentos gritando sobre o risco, enquanto a tensão se espalha com o passar dos minutos. O público verá, mais uma vez, Raquel tentando salvar sua reputação — e muitas vidas — em uma sequência cheia de adrenalina, mesmo com o avanço dos tempos.
A decisão de manter a cena, mesmo exigindo uma “licença poética” como um apagão, revela o desejo da autora de preservar as sequências mais marcantes da novela. Mesmo com smartphones no bolso, o drama da maionese está garantido.