7 dezembro 2025

PGR diz que Anderson Torres falsificou passagem “para fugir de responsabilidade”

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, apresentou uma passagem aérea falsa para justificar sua ausência durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Segundo a acusação, se trata de uma tentativa deliberada de se esquivar das consequências por sua omissão naquele dia.

A suposta passagem, com localizador “MYIDST” para um voo da Gol entre Brasília e Orlando, não tem respaldo nos registros da companhia aérea. Para a PGR, o uso do documento forjado indica premeditação e encobrimento. “A escandalosa constatação coloca em xeque a versão do réu de que sua viagem já se encontrava agendada desde muito antes e confirma a sua estratégia deliberada de afastamento e conivência com as ações violentas que se aproximavam”, destacou o órgão.

Veja as fotosAbrir em tela cheia Anderson TorresFoto: Evaristo Sa/AFP Jair Messias Bolsonaro em entrevista ao titular deste portal, Leo DiasReprodução: LeoDias TV Procurador-geral da República, Paulo Gonet, durante interrogatório de Jair BolsonaroReprodução: TV Justiça Companhia aérea GolReprodução: Gol Linhas Aéreas Imagens sobre o 8 de janeiro foram compartilhadas a pedido do ministro no julgamentoReprodução: TV Justiça

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Nas alegações finais enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (14/7), o procurador-geral Paulo Gonet também apontou que Torres só informou ao governador Ibaneis Rocha sobre seu substituto no dia 7 de janeiro, já em solo norte-americano. A comunicação, feita de última hora, foi considerada pela PGR como atitude negligente e descompromissada.

Mesmo alegando que suas férias começariam em 9 de janeiro, a PGR sustentou que Torres abandonou o cargo na prática no dia 6, quando a Secretaria de Segurança do Distrito Federal já havia sido alertada sobre o risco de violência por parte de manifestantes. Relatórios da Força Nacional alertavam para termos como “tomada de poder” e a chegada de ônibus com extremistas à capital.

O Ministério Público sustenta que, além de ignorar esses alertas, Torres deixou um efetivo policial reduzido em campo e não garantiu resposta rápida às invasões. Parte da alta cúpula da PMDF também estava de férias. A atuação das forças de segurança só foi reforçada quase duas horas após o início dos ataques aos Três Poderes.

A defesa de Torres disse que a viagem havia sido programada desde julho de 2022 e que as passagens foram compradas em novembro. Alegou ainda que um plano de segurança estava pronto e teria evitado os ataques caso tivesse sido seguido à risca.

Mas, para a PGR, a suposta preparação não se sustenta frente às falhas operacionais, à ausência de liderança no dia e à omissão de providências mínimas de segurança. Gonet rejeitou o argumento de que Torres foi apenas um agente passivo no episódio.

A PGR pede ao STF a condenação de Anderson Torres, Bolsonaro e outros envolvidos por tentativa de golpe de Estado. O processo agora aguarda as alegações finais das defesas para que o ministro Alexandre de Moraes possa marcar o julgamento na Primeira Turma da Corte.

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