Entre 2019 e 2024, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais conectadas à internet no Brasil avançou de 44,8% para 69,8%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (24/7). O aumento de 25 pontos percentuais foi o maior entre todas as faixas etárias analisadas.
Embora ainda representem o grupo com menor proporção de usuários, pessoas acima de 60 anos têm incorporado a internet ao cotidiano em ritmo acelerado.
O crescimento é impulsionado pela popularização dos smartphones, maior facilidade de uso de aplicativos e a digitalização de serviços bancários, governamentais e de comunicação. Apenas entre 2023 e 2024, essa faixa etária registrou aumento de 3,8 pontos percentuais no acesso.
O grupo de 50 a 59 anos também apresentou aumento expressivo no uso da rede. Em 2019, 74,4% utilizavam a internet, índice que chegou a 89,9% em 2024, crescimento de 15,5 pontos percentuais.
No total, 168 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais acessaram a internet nos últimos três meses de 2024, o equivalente a 89,1% dessa população. O índice segue em alta desde 2016, quando era de 66,1%, e avançou 9,6 pontos percentuais em relação a 2019 (de 79,5% para 89,1%). Em 2023, o percentual foi de 88%.
Perfil dos usuários
As mulheres acessaram a internet em proporção ligeiramente superior à dos homens: 89,8% contra 88,4%. O uso da rede também apresentou diferenças significativas conforme o nível de escolaridade. Entre pessoas sem instrução, apenas 46% estavam conectadas, enquanto o percentual ultrapassou 97% entre aquelas com ensino superior, completo ou incompleto.
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As diferenças por cor ou raça diminuíram ao longo dos anos. Em 2024, 90% das pessoas brancas utilizaram a internet, frente a 88,6% das pardas e 88,4% das pretas.
Em 2016, os índices eram de 72,6%, 60,3% e 63,9%, respectivamente.
Frequência e hábitos
Em 2024, 95,2% dos usuários acessaram a internet diariamente. Entre pessoas com 60 anos ou mais, 87,9% navegavam todos os dias, 3,6 pontos percentuais acima do índice de 2022, quando a frequência começou a ser medida.
As atividades mais comuns foram chamadas de voz ou vídeo (95%), envio de mensagens por aplicativos (90,2%), assistir a vídeos, séries e filmes (88,5%) e ouvir músicas, rádio ou podcasts (83,5%).
O uso de serviços bancários online teve forte crescimento: 71,2% dos usuários realizaram operações financeiras pela internet em 2024, alta de 11,1 pontos percentuais em relação a 2022.
Celulares lideram o acesso
O telefone celular foi o meio mais usado para acessar a internet, citado por 98,8% dos usuários.
Em menor proporção, apareceram a televisão (53,5%), o microcomputador (33,4%) e o tablet (8,3%). Entre 2023 e 2024, houve aumento no uso da televisão (3,7 pontos percentuais) e do tablet (0,7 ponto), e redução do computador (-0,8 ponto).
Outras atividades investigadas foram menos frequentes: comprar ou encomendar bens ou serviços (48,1%), usar algum serviço público (38,8%), jogar (30,2%) e vender ou anunciar produtos (12,3%).
As compras online e o uso de serviços públicos cresceram em relação a 2023 (3,4 e 2,9 pontos percentuais, respectivamente) e acumulam altas desde 2022, quando começaram a ser pesquisadas (42% e 33,4%).
Diferenças regionais
Entre os moradores de áreas urbanas, 90,2% estavam conectados em 2024, contra 81% na zona rural. A diferença vem diminuindo: em um ano, a população rural teve crescimento de 4,4 pontos percentuais no acesso, enquanto o avanço urbano foi de 0,6 ponto.
O Centro-Oeste manteve a maior proporção de pessoas conectadas (93,1%). Norte (88,2%) e Nordeste (87,2%) tiveram os menores índices, mas registraram os maiores crescimentos entre 2019 e 2024: 18,2 e 17,2 pontos percentuais, respectivamente.
@metropolesoficial Se antes eram eles que reclamavam do nosso tempo de tela, agora são nossos pais e #avós que não largam o #celular. Entre vídeos de receitas, correntes no #WhatsApp e fake news no #Facebook, a digitalização dos idosos cresceu rápido — mas trouxe desafios. Os riscos? Golpes financeiros, desinformação e uma conexão nem sempre saudável com o digital. Enquanto a Geração Z tenta diminuir o tempo de tela, os mais velhos se aprofundam ainda mais nesse mundo. E agora, como lidar com essa inversão de papéis? Conta pra gente nos comentários!
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