A crise política que tomou conta da Câmara dos Deputados nesta semana pode custar até seis meses de afastamento a Marcel Van Hattem (Novo/RS) e outros quatro parlamentares. A proposta de suspensão foi protocolada pela Mesa Diretora, comandada por Hugo Motta (Republicanos/PB), depois de uma sessão marcada por protestos e resistência física no plenário.
O episódio começou durante a retomada dos trabalhos, quando integrantes da oposição bolsonarista ocuparam assentos da Mesa Diretora e se recusaram a liberar espaço para o presidente da Casa. Van Hattem, apontado como o principal nome do impasse, afirma que ocupava a cadeira do secretário-geral da Mesa, e não a de Motta, e que não havia sido informado sobre um acordo para encerrar o ato. Segundo ele, só deixou o local após conversar com Nikolas Ferreira (PL/MG) e Zucco (PL/RS).
Veja as fotosAbrir em tela cheia O deputado federal também se posicionou nas redes sociais, alegando que o Partido dos Trabalhadores entrou com representação para suspender seu mandato por seis mesesReprodução: X/marcelvanhattem Obstrução na Câmara dos Deputados; na foto, parlamentares como Mario Frias e Marcel Van HattemReprodução: Instagram/@mariofriasoficial Hugo Motta Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados “Foi um sequestro do parlamento”, afirma Lindbergh sobre ocupação na Câmara dos DeputadosReprodução/TV Câmara Câmara dos DeputadosFoto: Câmara dos Deputados
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A resistência fez parte de um movimento que paralisou a pauta legislativa por mais de 30 horas, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. Os manifestantes exigiam a votação imediata de três propostas: a anistia aos condenados do 8 de Janeiro, o fim do foro privilegiado e o impeachment de Moraes.
Em nota enviada ao portal LeoDias, a Secretaria-Geral da Mesa afirmou que se reuniu nesta sexta-feira (8/8) para tratar das condutas praticadas por diversos deputados federais nos dias 5 e 6. “A fim de permitir a devida apuração do ocorrido, decidiu-se pelo imediato encaminhamento de todas as denúncias à Corregedoria Parlamentar para a devida análise”, escreveu.
Aliados de Hugo Motta defendem que uma punição exemplar é necessária para evitar novas obstruções. A Corregedoria Parlamentar deve analisar o caso nos próximos dias, repetindo precedentes como as suspensões de Gilvan da Federal (PL/ES) e André Janones (Avante/MG) por quebra de decoro. Para a direção da Casa, impedir o funcionamento regular do Legislativo representa afronta à autoridade e será tratado com rigor.






