7 dezembro 2025

Erika Januza fala sobre congelar óvulos; médicas alertam para limites do método

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A atriz e apresentadora Erika Januza compartilhou sua experiência pessoal com o congelamento de óvulos. Aos 40 anos, ela contou, no programa “Saia Justa”, do GNT, que decidiu tentar o procedimento após orientações médicas e reflexões sobre a maternidade. No entanto, a tentativa não teve o resultado esperado. “Não deu certo, fiz apenas uma tentativa”, disse.

O depoimento sincero reacende o debate sobre maternidade tardia, cada vez mais comum no Brasil. Segundo o IBGE, o número de mulheres que tiveram filhos após os 40 anos cresceu 16,8% entre 2018 e 2023. Já o grupo de 35 a 39 anos registrou aumento de 46% nos últimos 13 anos, de acordo com o DataSUS. Parte desse movimento é viabilizado justamente pela técnica de congelamento de óvulos — um recurso que exige informação e planejamento.

Veja as fotosAbrir em tela cheia Atriz e apresentadora Erika Januza deixou o posto de rainha de bateria da Viradouro este anoPortal LeoDias Erika JanuzaReprodução: GNT Atriz e apresentadora Erika Januza integra o novo elenco do “Saia Justa”, do GNTReprodução Instagram Reprodução/ Instagram Carol Macharethe é um dos nomes mais cotados para substituir Erika Januza como rainha de bateria na ViradouroPortal LeoDias

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Em entrevista ao portal LeoDias, a ginecologista Paula Fettback, especialista em reprodução humana pela Febrasgo, ressalta que a ciência evoluiu muito, mas ainda não consegue reverter o impacto da idade nos óvulos. “É inegável que quanto mais jovem a mulher estiver ao congelar, maiores são as chances de sucesso. Após os 40 anos, a taxa de sucesso do procedimento cai significativamente”, diz.

De acordo com a médica, até os 35 anos, a taxa de sucesso com óvulos congelados varia entre 60% e 80%. Entre 36 e 40 anos, esse índice cai para algo entre 20% e 50%. Depois dos 40, menos de 20% das tentativas costumam ser bem-sucedidas.

Uma corrida contra o tempo
Além da idade, a quantidade de óvulos também influencia nas chances de gestação futura. “É comum precisarmos de mais de uma rodada de estimulação para conseguir congelar a quantidade ideal, que gira em torno de 15 a 20 óvulos maduros”, explica Paula.

O processo, apesar de rápido — cerca de 14 dias —, exige dedicação. A paciente passa por indução hormonal, coleta por punção, seleção e congelamento em nitrogênio líquido. “É um processo delicado, mas seguro. E quanto antes for iniciado, melhor o prognóstico”, reforça a ginecologista Graziela Canheo, especialista em reprodução humana da La Vita Clinic, ao portal LeoDias.

Custos e preparo emocional
O congelamento de óvulos é considerado um investimento alto. O ciclo completo, incluindo medicamentos e coleta, varia de R$ 10 mil a R$ 20 mil, sem contar a taxa anual de manutenção.

“É um investimento que envolve não só dinheiro, mas preparo emocional. Por isso, é fundamental que as mulheres recebam orientações realistas desde cedo. A decisão de congelar não deve vir sob pressão ou desespero, mas sim com planejamento”, enfatiza Graziela.

Efeitos colaterais e pós-procedimento
Durante a estimulação hormonal, podem surgir efeitos como retenção de líquido, dores de cabeça, instabilidade emocional e desconforto abdominal. “Esses sintomas costumam desaparecer após o término do ciclo hormonal. Em geral, é um processo bem tolerado e temporário”, afirma Paula.

Para Graziela, a fala de Erika revela um ponto crucial: “O relato de Erika Januza escancara uma realidade silenciosa: muitas mulheres não são informadas a tempo sobre os limites biológicos da fertilidade. O congelamento de óvulos é, sim, uma ferramenta poderosa, mas precisa ser acessada com conhecimento, apoio e tempo”.

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