Na segunda temporada da série “DNA do Crime”, em cartaz na Netflix, Letícia Tomazella revive uma personagem marcante em sua carreira – a delegada Vendramin, presente desde a primeira, e já garantida também na terceira, ainda em processo de produção.
Enquanto não começam as gravações, ela aguarda, com muita expectativa, o lançamento de “Tremembé”, sobre os famosos detentos da Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, no Prime Video, e um filme de comédia com direção de Fred Mayrink.
A série sobre o complexo penitenciário, conhecido por receber detentos de casos de grande repercussão, estrelada por Marina Ruy Barbosa, ainda não tem data de estreia.
Já no campo dos curtas-metragens, Tomazella roteirizou e atuou em “Uma Atriz Irrelevante”, com direção de Sérgio Roizenblit e selecionado em oito festivais internacionais.
A obra, filmada durante a pandemia da COVID-19, conta a história de uma atriz brasileira em busca de um papel que pode transformar sua carreira, questionando hierarquias e revelando as sombras por trás dos bastidores do audiovisual.
Por este projeto, recebeu prêmios como Melhor Atriz em dois festivais internacionais da Índia, o Rohip International Film Festival e o Bettiah International Film Festival e uma indicação no Madrid Indie Film Festival- MADRIFF.
A artista também tem uma luta incansável pelo empoderamento feminino e, por meio das redes sociais, costuma usar a ferramenta para expor suas ideias e não se calar diante de situações opressoras.
Por exemplo: ela teve uma foto artística de sua silhueta, na contraluz, mas que contornava seus mamilos denunciada na rede social.
“Esse episódio foi durante a pandemia, em que muito se debatia nas redes e sobre as redes. Sempre me intrigou por que mamilos femininos têm que ser escondidos, e masculinos não, e passei a falar mais fortemente sobre a apropriação do corpo feminino, pelas estruturas patriarcais em muitas instâncias. Hoje mais pessoas falam sobre isso e vejo como um movimento superpositivo”, afirma.
Logo após, ela foi uma das atrizes que tiveram vídeos removidos de seus perfis. À época, criou uma websérie intitulada “Letícia Tarja Preta.
Na Sociedade Tarja Preta, debatia temas do cotidiano e colocava exemplos de como o corpo feminino é hipersexualizado.
Outras artistas também sofreram represálias e sentiram a falta de acolhimento e defesa pela liberdade das mulheres com seus corpos.
No teatro, Letícia já participou de aproximadamente 20 espetáculos, incluindo a peça “A Megera Domada”, grande sucesso de Shakespeare.
Já na TV aberta, esteve no elenco das novelas “A Terra Prometida”, “Gênesis” (essas duas da Record), “Amor à Vida” (Globo) e “As Aventuras de Poliana”, seu maior sucesso na TV e exibida no SBT durante dois anos, interpretando a personagem Arlete.
“Sinto muita alegria ao ver o protagonismo feminino no audiovisual. O que mudou não foi apenas a quantidade, mas a qualidade dos papéis: personagens mais complexas, contraditórias, potentes, poderosas, que rompem com o estereótipo da mulher decorativa ou da mulher sofredora.
Isso é resultado de uma luta longa, feita por muitas profissionais, tanto na frente quanto atrás das câmeras. Ainda temos muito a conquistar, mas já é possível perceber que as narrativas estão começando a ser contadas também a partir do nosso ponto de vista.
Ver mulheres ocupando o centro da cena — dirigindo, roteirizando, protagonizando — tem um efeito transformador, inclusive para o público.
Porque quando a gente se vê de forma mais diversa e verdadeira na tela, a gente começa a acreditar que pode ocupar outros lugares também fora dela. É um movimento que vai além da representatividade: trata-se de reimaginar o mundo a partir das nossas vozes e experiências”, declara a atriz.






