Aos 60 anos, com 50 de carreira, quatro décadas desde sua chegada a São Paulo e 30 anos na TV, Nany People estreia o show “Ser Mulher Não é Para Qualquer Um – O Espetáculo”. A temporada na capital paulista vai de 4 a 25 de setembro, sempre às quintas-feiras, às 20h, no Teatro Fernando Torres.
Inspirado em sua nova biografia, o espetáculo “Ser Mulher Não é Para Qualquer Um – A Saga Continua” traz episódios, causos e histórias da vida e carreira da artista mineira, com humor e sensibilidade. O texto é de Flávio Queiroz e a direção artística/conceitual de Marcos Guimarães. “Este espetáculo é diferente dos anteriores”, afirma Nany em entrevista ao portal LeoDias.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Nany People estreia temporada de peça que comemora seus 60 anosDivulgação/ Moisés Pazianotto Divulgação/ Moisés Pazianotto Nany People estreia temporada de peça que comemora seus 60 anosDivulgação/ Moisés Pazianotto Nany People estreia temporada de peça que comemora seus 60 anosDivulgação/ Moisés Pazianotto Nany People estreia temporada de peça que comemora seus 60 anosDivulgação/ Moisés Pazianotto
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“Ele faz uma retrospectiva da minha vida, especialmente dessa década dos 50 aos 60 anos. Quando lançamos um livro sobre minha trajetória — marcada por altos e baixos, por momentos turbulentos — muita coisa acabou ficando de fora. Essas histórias que não entraram no livro agora ganham espaço no palco”, completa.
O etarismo e a fase mais criativa da vida
Nany não hesita em tocar em temas delicados, como o etarismo: “O Brasil está se tornando cada vez mais etarista: a população com mais de 50 anos cresce, enquanto a sociedade insiste em valorizar apenas a juventude. Quis mostrar que, dos 50 aos 60, não estamos limitados; ao contrário, podemos fazer muito mais do que fizemos a vida inteira. No meu caso, nunca produzi tanto quanto agora, estou vivendo a fase mais intensa e criativa da minha vida”.
Para ela, transformar a biografia em espetáculo foi prazeroso. “Foi muito gostoso e prazeroso fazer essa transformação. Há elementos que não entraram na biografia, mas que estão presentes no espetáculo. Então, fizemos uma recomposição, e o resultado é muito audiovisual”, diz.
A projeção de imagens no palco reforça a narrativa: “Tenho uma conexão forte com o que o vídeo projeta: enquanto falo, as imagens aparecem na tela. Algumas informações que aparecem no espetáculo também faziam parte da primeira biografia, que vai até os 50 anos. Nós fazemos uma decupagem geral, reorganizando tudo. O mais interessante é que conseguimos abordar temas que, no livro, não deu para aprofundar tanto”.
Momentos marcantes na TV e realities
Ao refletir sobre seus 50 anos de carreira, Nany People relembra momentos icônicos. “Tive muitos momentos marcantes ao longo desses 50 anos de carreira. Cada um foi um degrau na minha trajetória, um não desmerece o outro. Minha estreia na televisão foi um marco. Assim como minha entrada no programa da Hebe, que me apresentou para todo o Brasil”, conta.
A artista valoriza a experiência em realities: “As participações em programas, como A Fazenda, Popstar e agora o Masked Singer, também foram muito importantes. Eles me aproximaram do público e mostraram outras facetas minhas. Na TV, muitas vezes ficamos rotulados apenas como ‘o engraçado da turma’. Mas nesses programas pude revelar meu lado mais humano, me desvincular um pouco do personagem e mostrar quem eu sou como pessoa”.
Pandemia e transformação pessoal
Nany destaca que os últimos anos foram decisivos para sua vida pessoal. “Foi, sem dúvida, a pandemia. Foi um período em que a gente aprendeu a conviver consigo mesmo, e no meu caso, isso não me deixou surtada; pelo contrário. A pandemia serviu para eu me reorganizar, me pontuar mais, fazer uma verdadeira limpeza na minha vida”, confessa.
Ela detalha mudanças práticas e de rotina: “Revisei tudo: pessoas, hábitos, costumes, manias… até questões práticas, como o plano de saúde. Antes eu pagava um convênio caríssimo, que prometia até resgate de helicóptero se eu sofresse um acidente em outra cidade. Mas percebi que isso era exagero, uma ilusão de segurança. Hoje tenho um plano mais simples, mais condizente com a realidade, sem promessas mirabolantes”.
“Antes, sempre tinha gente hospedada, amigos que estavam de passagem por São Paulo, conhecidos precisando de um canto. Hoje, não: sou eu e meus cachorros, só. Isso me trouxe mais objetividade e clareza. A grande lição que ficou? Não perca tempo com quem não quer aprender ou não valoriza o que você tem a oferecer. A pandemia me ajudou a entender o que realmente importa e a cortar os excessos”, emenda.
Stand-up e improviso com a plateia
Além do espetáculo, Nany retorna ao Rio de Janeiro no dia 6 de setembro com o stand-up “Então… Deu No Que Deu”, que mistura trechos de seus solos anteriores, “Nany é Pop!”, “Sob Medida” e “TsuNANY”.
“No espetáculo, tem momentos que são mais viscerais, e o ‘Então… Deu No Que Deu’ foi o mais visceral de todos. Porque eu pego o melhor do ‘Tsunany’, o melhor do ‘Nany é Pop!’ e coloco tudo junto. O resultado é muito intenso, porque não dá tempo para o pessoal pensar. É um impacto atrás do outro, informação atrás de informação, golpe após golpe, gol após gol. Tudo acontece de forma instantânea, e é isso que faz o ‘Então… Deu No Que Deu’ tão visceral”, explica.
Para a artista, o improviso é parte central do show. “A improvisação é sempre uma corda bamba. Você está no fio da navalha. Tem que aprender, quase intuitivamente, que a sua liberdade termina onde começa o respeito pelo outro. Então, surgem momentos hilários. Eu não tenho um texto pronto — vou seguindo o que o público traz. É o público que dá o tom, dá a nota. E assim saem coisas maravilhosas. Esse olhar que o humorista tem sobre tudo faz com que tudo fique imprevisível, inesperado e engraçado. Acabam surgindo cenas realmente hilárias”, diz.
“O pessoal se emociona muito quando eu canto”
Nany avalia que o momento mais emocionante do show é quando canta a canção “Coração do Agreste”. “O pessoal se emociona muito quando eu canto. Eu falo sobre estar numa cidade grande, mas conservar as minhas raízes do interior. Quando a gente sai do interior, o interior não sai da gente. Embora eu seja apaixonada por uma cidade que me fez ser quem eu sou, falo também de lugares como Poços de Caldas e Serraninha — cidades que só existem no meu coração, porque já não são mais como eu as imagino. Mas voltar para lá sempre me faz muito bem”, diz.
“Quando eu canto ‘Coração do Agreste’, é emocionante. As pessoas se identificam demais. Todo mundo é um pouco retirante. Todo mundo já saiu de um lugar para ir a uma cidade grande, e é importante criar laços com a cidade onde você se faz, porque chega uma hora em que você já não tem mais ligação com a de onde veio. Se você não se conecta com o lugar onde está, acaba ficando sem lugar nenhum”, acrescenta.
Segundo Nany, é fundamental criar raízes e identidade no lugar onde você está construindo. “Porque você é onde você se faz. Mas o fato de eu lembrar tanto de onde eu vim não é só nostalgia: é uma maneira de me refazer. Quando volto para lá, respiro fundo, recarrego as baterias e volto para a luta com mais força”, finaliza.






