7 dezembro 2025

“O Último Azul”: motivos para assistir à estreia na Semana do Cinema

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Se você não aguenta mais ver idosos sofrendo e quer uma história envolvente com eles roubando barcos, quebrando as leis e apostando no bicho, o “O Último Azul” com certeza é o filme para você. O vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim estreia nesta quinta-feira (28/8), ínicio da Semana do Cinema, quando os ingressos serão vendidos ao preço promocional de R$ 10 em todo Brasil.

O portal LeoDias já assistiu ao longa protagonizado por Denise Weinberg e diz o que esperar da ficção distópica: um filme belíssimo com potencial de ser lembrado como uma das grandes obras do cinema nacional desta década. Confira nossa a nossa crítica.

Veja as fotosAbrir em tela cheia Denise Weinberg em “O Último Azul”Reprodução Filme foi premiado com o Urso de Prata no Festival de BerlimReprodução Denise Weinberg em “O Último Azul”Reprodução Rodrigo Santoro em “O Último Azul”Reprodução Reprodução Reprodução Denise Weinberg e Rodrigo Santoro em “O Último Azul”Divulgação

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Em “O Último Azul” acompanhamos a história de Tereza, uma idosa de 77 anos que segue uma rotina simples e sem objetivos. Em um dia como qualquer outro, ela descobre que terá que deixar tudo para trás e ser enviada contra a sua vontade a uma colônia estatal para onde vão todos aqueles com mais de 75 anos.

Inconformada com a determinação do governo, ela dá início a uma jornada pelos rios da Amazônia, que banham todas as cidades e pequenos municípios que vemos ao longo do filme, em busca de um sonho que nunca realizou – e que, na verdade, nunca teve tempo para sonhar.

Essa é inclusive uma das grandes críticas do diretor pernambucano Gabriel Mascaro. No filme, a propaganda do governo promete um “futuro para todos”, mas para isso, rouba os últimos dias da sua população idosa, enquanto a ignora e desumaniza – não muito diferente com o que acompanhamos nos dias de hoje.

A resiliência com que Denize Weinberg interpreta Tereza é com certeza o grande trunfo de “O Último Azul”. Com uma atuação digna de Fernanda Montenegro em “Central do Brasil”, a atriz de 69 anos entrega uma personagem simplória que se deslumbra com a liberdade além do preconceito da idade.

O “mentor” da protagonista nessa jornada é Cadu, que ganha vida através da atuação magnética de Rodrigo Santoro. O ator interpreta um experiente barqueiro amargurado, que introduz a ela um lado rebelde, e até místico, da vida daqueles que navegam pelos rios da Amazônia.

As paisagens amazônicas são um dos maiores destaques do filme. A força da vegetação e das águas fazem mais que impressionar com a imponência e cores do bioma brasileiro; as cenas criam paralelos perfeitos com a própria transformação que Tereza passa desde quando embarca pela primeiro vez fugindo de um destino que não aceita como seu.

Mais tarde, somos introduzidos à Roberta, interpretada pela atriz Miriam Socarras. E a partir do encontro das duas veteranas que obra atinge seu ápice: a protagonista finalmente se encontra dentro da própria identidade, e embarca em uma última jornada em que terá que arriscar tudo para manter aquilo que conquistou.
“O Último Azul” é mais que um drama que alerta e chama atenção para os preconceitos e desafios que os idosos enfrentam diariamente. É uma história de amor, amor pela vida e pela liberdade, que mostra que não há tempo nem idade para se reinventar e começar a sonhar os próprios sonhos.

“O filme fala sobre o direito que todos nós temos de sonhar, de redescobrir a vida”, disse Rodrigo Santoro à RBS TV na estreia do filme no Festival de Gramado. “É uma metáfora, naturalmente, mas a gente fala sobre quanto é importante a gente poder redescobrir as coisas em qualquer momento da vida”, compartilhou.

Nota: 4/5

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