A Polícia Federal (PF) encontrou anotações sobre a delação do ex-ajudante de ordens da Presidência da República, Mauro Cid, no porta-luvas do carro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
As anotações foram apreendidas durante ação da PF em 17 de julho e reveladas, nesta sexta-feira (22/8), pelo Metrópoles. No entanto, os papéis não foram incluídos no inquérito por coação, aberto nesta semana contra Jair e Eduardo Bolsonaro, por não se enquadrarem no escopo da investigação. A suspeita é que os registros podem ter sido feitos por Jair Bolsonaro durante o interrogatório de Mauro Cid no STF, em julho.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Ex-presidente Bolsonaro registrou R$ 30 milhões em movimentações, diz Polícia FederalFoto: Ton Molina/STF
Jair Bolsonaro durante julgamento ao STFReprodução: TV Justiça Internet Reprodução Mauro Cid fala ao STFReprodução: TV Justiça
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De acordo com a reportagem publicada no Metropoles, o material apresenta uma espécie de “linha do tempo” a partir da colaboração premiada de Cid. O contexto exato não foi identificado, mas os rabiscos sugerem apontamentos relacionados a possíveis estratégias de defesa.
Em uma das anotações, Bolsonaro escreveu: “Não existia grupos, sim indivíduos, considerando 2 ou 3 reuniões. Defesa + sítio + prisão, várias autoridades. Previa: comissão eleitoral nova eleição”, dizia o manuscrito de Bolsonaro.
Em outro trecho, anotou: “Recebi o $ do Braga Netto e repassei para o major de Oliveira, pelo volume, menos de 100 mil. Pressão para o PR assinar ‘um decreto’, defesa ou sítio, mas nada vai acontecer”, registrou no bilhete.
Entre as anotações, consta, ainda, a expressão “Min Fux” e, logo abaixo, frases como: “Estava com a filha em Itatiba/SP”, “preocupação em não parar o Brasil”, “das 8, fiquei 4 semanas fora da Presidência”, escreveu.
De acordo com investigadores, os rabiscos parecem reunir observações sobre pontos destacados por Cid em sua delação. Durante o próprio interrogatório, Bolsonaro também fazia anotações em papéis.