PF diz que Bolsonaro planejava fugir para a Argentina e pedir asilo político para Milei

PF diz que Bolsonaro planejava fugir para a Argentina e pedir asilo político para Milei

A Polícia Federal (PF) informou nesta quarta-feira (20/8) que identificou um documento com rascunho de pedido de asilo político na Argentina no celular do ex-presidente Jair Bolsonaro. O material foi localizado durante as investigações que levaram ao indiciamento dele e do filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), sob suspeita de coação no curso do processo. Segundo a PF, os dois teriam articulado intimidações contra autoridades envolvidas na ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado.

De acordo com o relatório, o arquivo encontrado era um documento editável, sem data e assinatura, solicitando asilo político em regime de urgência ao presidente argentino Javier Milei. Para os investigadores, o teor indica que Bolsonaro planejava, desde fevereiro de 2024, estratégias para deixar o Brasil e escapar da aplicação da lei penal.

Veja as fotosAbrir em tela cheia Jair BolsonaroFoto: Ton Molina/STF
Presidente da Argentina, Javier MileiReprodução: Instagram/Javier Milei O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está cumprindo prisão domiciliarReprodução: Internet Javier MileiReprodução Javier Milei, presidente da Argentina, e Jair Bolsonaro Jair Bolsonaro (PL)Foto: Antonio Augusto/STF

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Além do rascunho, foram recuperadas do celular do ex-presidente, mensagens e áudios apagados, trocados com Eduardo Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia. Para a PF, esses conteúdos reforçam indícios de que houve tentativa deliberada de intimidar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e interferir nos inquéritos relacionados à trama golpista.

“As mensagens demonstram que as sanções articuladas dolosamente pelos investigados foram direcionadas para coagir autoridades judiciais do Supremo Tribunal Federal que atuam no julgamento da AP nº 2668-STF, com a finalidade de impedir eventual condenação criminal do ex-presidente Jair Bolsonaro e demais réus, acusados pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado”, aponta o relatório.

Outro ponto destacado pela PF são os metadados do documento de 33 páginas com o pedido de asilo. Eles mostram que o arquivo foi criado e alterado por um usuário identificado como “Fernanda Bolsonaro”. Para os investigadores, há indícios de que esse nome se refere a Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, nora do ex-presidente e esposa do senador Flávio Bolsonaro.

O documento foi editado pela última vez dois meses após Bolsonaro informar ao ministro Alexandre de Moraes que viajaria para a Argentina, em dezembro de 2023: “Os elementos informativos encontrados indicam, portanto, que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha em sua posse documento que viabilizaria sua evasão do Brasil em direção à República Argentina, notadamente após a deflagração de investigação pela Polícia Federal”, diz o relatório.

O inquérito que apura o caso foi aberto em maio, por solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que também apontou a atuação de Eduardo Bolsonaro junto ao governo dos Estados Unidos para buscar sanções contra ministros do STF.

No início de julho, o ministro Alexandre de Moraes prorrogou a investigação por mais 60 dias, destacando a necessidade de novas diligências. Jair Bolsonaro, atualmente, cumpre prisão domiciliar por descumprimento de ordens judiciais.

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