7 dezembro 2025

Aguinaldo Silva repete fórmula em nova trama com casal gay em “Três Graças”

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Aguinaldo Silva sempre tratou com cautela e respeito a representação de casais gays na ficção. Não por acaso, em “Senhora do Destino” (2004), Jenifer (Bárbara Borges) e Eleonora (Mylla Christie) se tornaram personagens marcantes e ainda hoje são lembradas quando o assunto é diversidade na teledramaturgia. O público primeiro conheceu suas dores individuais, seus dilemas familiares e seus sonhos, para só depois se apegar ao romance entre elas. Foi esse cuidado que deu credibilidade à relação e a tornou inesquecível.

A fórmula volta agora em “Três Graças”, próxima novela das nove, que substituirá “Vale Tudo” a partir de 20 de outubro. Mais uma vez, Aguinaldo aposta na construção paciente das personagens antes de revelar o romance ao público. Lorena (Alanis Guillen), herdeira do clã Feretti, e Eduarda (Gabriela Medvedovsky), investigadora da polícia civil, só começarão a viver uma relação amorosa depois de dois meses de novela no ar. Até lá, o público será convidado a acompanhar suas trajetórias pessoais, seus dilemas e, sobretudo, o contraste entre seus mundos.

Leia Também

Carla Bittencourt
“Três Graças” resgata debate sobre ética e corrupção ao substituir “Vale Tudo” na faixa das nove

Carla Bittencourt
“Três Graças” terá núcleo evangélico e abordagem da fé sem panfletagem

Carla Bittencourt
Após “Mania de Você”, Paulo Mendes será filho problemático de Grazi Massafera em “Três Graças”

Carla Bittencourt
Belo estreia como ator em novela da Globo e ganha personagem de destaque em “Três Graças”

O conflito principal promete ser intenso: Feretti, patriarca vivido por Murilo Benício, não aceitará a presença de uma policial rondando seus negócios escusos. Para ele, a relação da filha com uma investigadora representa uma ameaça direta à família — e ele não medirá esforços para afastar as duas. Esse choque entre afeto e poder deve movimentar a trama e colocar o casal no centro de uma das linhas dramáticas mais fortes da novela.

A escolha de Alanis Guillen e Gabriela Medvedovski também sinaliza uma aposta da emissora em atrizes jovens, mas já consolidadas em papéis de destaque. Alanis foi protagonista em “Pantanal” (2022), enquanto Gabriela brilhou em “Malhação – Viva a Diferença” e em “Nos Tempos do Imperador”. Juntas, elas terão a missão de dar vida a um romance que, embora envolto em conflitos familiares e sociais, deve nascer sob a mesma lógica que fez de Jenifer e Eleonora um marco: primeiro se conquista o coração do público, depois se apresenta a história de amor.

Se depender da tradição de Aguinaldo Silva, a trama tem tudo para unir audiência e representatividade. Afinal, poucas vezes na televisão brasileira a construção de casais LGBTQIA+ foi tratada com tanto cuidado em meio ao melodrama clássico. “Três Graças” chega com a promessa de repetir esse acerto.

- Publicidade -

Veja Mais