
O município de Feijó, no interior do Acre, voltou a aparecer entre os dez que mais desmatam na Amazônia, segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Entre agosto de 2024 e julho de 2025, o município registrou 78 km² de área desmatada, o equivalente a aproximadamente 7,2 mil campos de futebol. O número representa um crescimento de 66% em relação ao período anterior, quando foram derrubados 47 km² de floresta.
Conhecida como a “terra do açaí”, Feijó ocupa a 7ª posição no ranking, à frente de cidades como Itaituba (PA), com 67 km², e União do Sul (MT), com 65 km². É o segundo ano consecutivo que o município acreano aparece na lista.
Apesar do aumento em Feijó, o Acre como um todo registrou queda de 4% no desmatamento no período, totalizando 372 km² de floresta derrubada. Já a degradação florestal — que inclui áreas atingidas por queimadas e outros danos ambientais — cresceu de 175 km² em julho de 2024 para 502 km² em julho de 2025, mais que o dobro.
Segundo a pesquisadora Manoela Athaíde, do Imazon, esse salto pode estar diretamente ligado ao avanço das queimadas em grandes áreas de mata durante a estiagem.
“A degradação florestal fragiliza a floresta, aumenta a emissão de carbono e deixa a Amazônia ainda mais vulnerável, ameaçando sua biodiversidade e as populações locais. O salto que vimos em 2025 é um sinal de que precisamos olhar com mais atenção para esse tipo de dano”, destacou.
Ranking dos municípios que mais desmataram (ago/2024 a jul/2025)
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Apuí (AM): 140 km²
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Lábrea (AM): 137 km²
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Colniza (MT): 124 km²
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Marcelândia (MT): 102 km²
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Uruará (PA): 91 km²
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Portel (PA): 89 km²
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Feijó (AC): 78 km²
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Itaituba (PA): 67 km²
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União do Sul (MT): 65 km²
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Pacajá (PA): 63 km²
Outro município acreano que já figurou no ranking, Tarauacá, que entre 2023 e 2024 ocupou a 4ª posição com 24 km² desmatados, desta vez ficou fora da lista. Ainda assim, segundo o Imazon, o Acre apresentou cerca de 230 km² de áreas degradadas no último ano.






