5 dezembro 2025

Fux usa metáfora da “girafa” para explicar trama golpista no STF

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Ao falar sobre os acontecimentos de 2022, o ministro Luiz Fux traçou paralelos entre a trama golpista e diferentes tipos de ditadura, citando o historiador Elio Gaspari, do livro “A Ditadura Envergonhada”. Para ilustrar a complexidade do caso no STF, ele usou a metáfora de uma “girafa”, com pescoço esticado e cabeça encolhida, representando de forma simbólica o funcionamento e as distorções do processo.

A fala foi feita durante seu voto na tarde desta quarta-feira (10/9) no julgamento do núcleo 1 da trama golpista que, nesta semana, já contou com a análise de Fux e dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino.

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Durante a conclusão de sua argumentação, a reflexão sobre a história brasileira e as consequências da ditadura militar veio minutos antes do magistrado apresentar o resultado final de seu voto. O ministro lembrou sua trajetória como estudante de colégios e universidades públicas e afirmou ter conhecimento pessoal sobre os efeitos da repressão.

“Eu sei o que é a ditadura, eu sei as consequências da ditadura, eu sei como se promovem os atos da ditadura e eu sei quem sofre com ela”, disse Fux, ressaltando o impacto histórico do regime autoritário. Para contextualizar a discussão, o ministro destacou diferentes fases do período militar: “Ditadura escancarada, ditadura derrotada, ditadura encurralada, ditadura acabada”.

Fux então fez a analogia inusitada para tratar do julgamento da trama golpista de 2022: segundo o ministro, a análise do caso seria semelhante a uma “girafa no Supremo”, expressão extraída do trabalho de Gaspari. “Colocando-se a trama golpista em 2022, no mesmo processo do 8 de janeiro de 2023, esticaram-se as pernas e o pescoço do bicho, encolhendo-lhe a cabeça, ficou bonito, até elegante. Mas é uma girafa”, citou Fux, demonstrando de forma simbólica a complexidade e a distorção do caso dentro da Corte.

O voto do ministro integra o julgamento do núcleo 1 da trama golpista, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado. Fux reforçou que sua análise se baseia em critérios jurídicos e históricos, destacando a importância de compreender o contexto sem confundir manifestações políticas ou disputas institucionais com ações autoritárias históricas.

O julgamento no STF segue em andamento, com a expectativa de que a Primeira Turma conclua a análise dos demais núcleos e apresente os votos finais ainda nesta semana.

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