Em meio à polêmica sobre a sobretaxa aplicada por Washington a produtos brasileiros, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou suas críticas nesta quarta-feira (24/9) para o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP). Em audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, o ministro pediu que parlamentares da oposição convençam o filho do ex-presidente a retornar ao Brasil e abandonar ações que, segundo ele, têm prejudicado a economia nacional.
“Não adianta pedir para o Lula ligar para o Trump. Liga para o Eduardo, esse é o telefonema que tem que ser dado. Liga para o Eduardo e fala: ‘Para de passar vergonha, para de prejudicar o país’”, afirmou Haddad, em tom incisivo.
Veja as fotosAbrir em tela cheia Ministro da Fazenda, Fernando HaddadFoto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Presidente Lula e Ministro da Fazenda, Fernando HaddadFoto: Wilton Júnior/Estadão Lula durante assinatura da MP “Brasil Soberano”Reprodução: Internet Deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP)Foto: Câmara dos Deputados Congresso NacionalReprodução: Congresso Nacional
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O ministro sustentou que o deputado, que vive nos Estados Unidos desde o início do ano, age em defesa de sanções contra o Brasil. Para Haddad, essa postura fortalece barreiras comerciais injustas e ameaça a sobrevivência de companhias brasileiras. “Algumas empresas brasileiras não vão ter condições de se sustentar sem a abertura do mercado americano”, disse.
Apesar do embate, Haddad reconheceu que a resolução do conflito tarifário depende essencialmente da diplomacia brasileira e não apenas de decisões do Executivo. Ele classificou o tarifaço como uma “arma política disfarçada de medida econômica” e reforçou que o Executivo e o setor privado pouco podem fazer diante de obstáculos criados artificialmente.
As declarações ocorreram um dia depois de Lula e Trump terem um breve encontro em Nova York, durante a Assembleia-Geral da ONU. O presidente norte-americano demonstrou disposição para uma reunião mais extensa na próxima semana, gesto que Haddad avaliou como uma abertura para negociações no campo econômico.
Enquanto isso, o deputado Eduardo Bolsonaro segue nos Estados Unidos alegando risco de prisão caso retorne ao Brasil. Porém, continua recebendo salário normalmente como parlamentar.






