Em sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, a ministra Cármen Lúcia afirmou, em seu voto, que os ataques de 8 de janeiro de 2023 contra as sedes dos Três Poderes foram o ápice de uma trama golpista prolongada e planejada, e não podem ser tratados como um evento trivial ou espontâneo.
A ministra destacou o caráter organizado e criminoso dos atos, que visavam uma ruptura democrática. Em sua argumentação, ela rejeitou qualquer narrativa que minimize a gravidade dos acontecimentos.
“O 8 de janeiro de 2023 não foi um acontecimento banal, depois de um almoço de domingo, quando as pessoas saíram para passear. Foi o desfecho de um inédito e infame conjunto de acontecimentos havidos ao longo de um ano e meio para inflar, instigar por práticas variadas de crimes, quando haveria de ter uma resposta no direito penal”, declarou Cármen Lúcia.
Ela reforçou que os atos foram executados com racionalidade e como parte de uma estratégia maior. “Todos os empreendimentos que espalham os seus tentáculos de objetivos autoritários são ações plurais, pensadas, executadas com racionalidade, na busca da finalidade específica”, completou.
O julgamento no STF discute a responsabilização dos acusados de planejar e executar os ataques que depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.