21 dezembro 2025

Pais relatam últimos momentos antes de acidente que tirou a vida da filha em Manoel Urbano

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Catrine Bezerra do Nascimento, morreu atropelada na noite em Manoel Urbano, por um carro oficial da Secretaria de Saúde — Foto: Arquivo pessoal

A dor e a tentativa de compreender uma tragédia marcam os dias da família de Catrine Bezerra do Nascimento, de apenas 2 anos, atropelada na noite de quinta-feira (4) por uma caminhonete da Secretaria Municipal de Saúde de Manoel Urbano, no interior do Acre.

Em entrevista ao site g1, os pais relataram os últimos momentos antes do acidente. Segundo a mãe, Luciane Nascimento, a criança estava no colo do pai, quando pediu para brincar por volta das 18h40. “Ele soltou ela, acreditando que tinha entrado para dentro de casa. Foram apenas cinco minutos até ouvirmos o barulho do carro. Minha filha mais velha foi quem percebeu que Catrine havia sido atingida”, contou, emocionada.

O pai, Ananias Bezerra, chegou a pensar que o veículo tivesse atingido o cachorro da família, até perceber que o animal estava bem. “Quando vimos que era a nossa filha, foi um desespero. Tudo aconteceu muito rápido”, lamentou.

Investigação em andamento

A delegada Rivânia Franklin informou que a motorista do veículo se apresentou espontaneamente à delegacia, prestou socorro, deu depoimento e foi liberada. O inquérito já foi instaurado para apurar as circunstâncias do acidente.

Parentes da menina também têm buscado informações por conta própria. O pai conseguiu imagens de câmeras de segurança que mostram a caminhonete circulando em alta velocidade cerca de 20 minutos antes do atropelamento. Ele ainda relatou que havia comentários de que a motorista teria ingerido bebida alcoólica em um bar da cidade, mas a Polícia Civil não pôde realizar o teste por falta de equipamento. O nome da condutora não foi divulgado.

Tentativa de transferência

Após o atropelamento, Catrine foi levada no próprio carro que a atingiu até a Unidade Mista de Saúde de Manoel Urbano. O secretário de Saúde, Fransuar Sardes, disse que a equipe tentou transferir a menina por meio de um voo fretado, mas a operação não pôde ser realizada devido às restrições de voos noturnos impostas pela Anac.

“Conversamos com o secretário Pedro Pascoal, buscamos apoio da empresa Ortiz, que chegou a cobrar R$ 20 mil pelo transporte, mas infelizmente não conseguimos autorização para decolagem noturna”, explicou Sardes.

Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre), em situações emergenciais o hospital e a empresa aérea podem solicitar autorização diretamente à Anac, que avalia e libera o voo em parceria com o órgão estadual.

De acordo com Ananias Bezerra, a Secretaria de Saúde prestou apoio integral à família, incluindo as despesas do funeral e o cortejo que percorreu as ruas de Manoel Urbano em despedida da criança.

“Infelizmente, foi uma fatalidade. Eu e a mãe dela vamos ter que aprender a conviver com essa dor”, disse a mãe, Luciane, em lágrimas.

Via G1 AC

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