5 dezembro 2025

Polêmica pop: Novo álbum de Sabrina Carpenter gera discussão sobre limites e liberdade feminina

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Sabrina Carpenter é o grande nome da música nessa última semana. Além de lançar o álbum “Man’s Best Friend” nessa sexta-feira (29/8), a cantora causou e gerou discussões mais uma vez. Até mesmo a capa do disco ganhou enorme repercussão, com a americana no olho do furacão em meio a críticas sobre a naturalidade ao tratar a sexualidade feminina sendo uma artista pop da geração Z. O portal LeoDias chamou especialistas para avaliar: o pop ficou careta?

Para contextualizar, a dona do hit “Espresso” tem dividido opiniões na web desde o anúncio do lançamento. Na capa original do “Man’s Best Friend”, Sabrina aparece de quatro, com uma coleira e com os cabelos sendo puxados. A alusão clara, pelo título e foto, é para referenciar um cachorro. Um filhote de golden retriever, inclusive, é o mascote da era da cantora. O burburinho foi tanto que ela precisou lançar capas alternativas para o disco, sem a piada.

Veja as fotosAbrir em tela cheia Sabrina Carpenter anuncia novo álbum “Man’s Best Friend”Reprodução/Instagram Reprodução Reprodução Reprodução Sabrina Carpenter anuncia novo álbum “Man’s Best Friend”Reprodução

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O que poderia ser apenas uma alegoria divertida, virou um verdadeiro tópico de debate. Sabrina seria baixa ou vulgar? Por que ficou tão inaceitável usar de referências mais sensuais na música pop? E por que o espanto da geração Z com uma alusão mais explícita?

A neuropsicóloga especialista em análise do comportamento Tatiana Serra avalia que o sexo sempre será tabu, ainda mais para mulheres.

“Sexo sempre foi tabu, por mais que estejamos evoluindo, ainda temos muito a desbravar, principalmente quando se trata da mulher. Uma mulher que se apresenta como ativa sexualmente, que usa símbolos de poder, fetiche ou submissão de forma consciente, como parece ser o caso da Sabrina, muitas vezes não é vista como empoderada, mas como vulgar, manipuladora ou ‘exagerada’”, disse ao portal LeoDias.

A especialista em bem estar sexual Alisha Santos concorda com a psicóloga. Para ela, a ousadia de Sabrina desafia o que somos ensinados desde a infância.

“Quando uma mulher como a Sabrina expõe sua sexualidade de forma ousada ou simbólica, isso confronta diretamente o que muita gente foi ensinada a reprimir”, afirmou Alisha ao portal.

As mulheres no pop têm frequentemente desafiado os padrões morais desde os primórdios. Seja com Madonna ou Lady Gaga, Sabrina Carpenter é agora quem se posiciona a fim de contestar o que deve ser abordado na música. Mesmo jovem. O resultado? Enfrentar as críticas de quem discorda.

“Mesmo dentro da cultura pop, que parece ‘libertadora’, ainda há um limite invisível do que é aceitável para uma mulher dizer, vestir ou representar. Madonna enfrentou isso. Sabrina agora enfrenta também. E isso mostra que, apesar dos avanços, falar abertamente sobre prazer, desejo e poder sexual — principalmente com voz feminina — ainda incomoda muito. Mas é justamente por isso que precisamos continuar falando”, opinou Alisha.

E a geração Z, está mais careta?
Nascida em 1999, Sabrina é uma das grandes expoentes da geração Z. Ao contrário de colegas como Olivia Rodrigo e Billie Eilish, Carpenter trocou a melancolia pela sagacidade, humor e desprendimento dos padrões da indústria musical.

Seu público, majoritariamente composto por mulheres jovens, incorporou algumas das críticas, levantando uma questão importante: estariam os mais jovens se recusando a falar sobre sexo?

“Muitas críticas vêm sob o pretexto de ‘preocupação com valores’ ou ‘excesso de exposição’, mas no fundo pode refletir a tentativas de controle sobre os corpos e a liberdade de expressão”, disse Tatiana.

Ainda segundo a psicóloga, a geração Z é marcada por contrastes, e citou estudos que tentam desvendar a faixa etária dos 29 até os 14 anos em 2025.

“Estudos também indicam uma redução nas experiências sexuais na adolescência. A Gen Z fala mais de sexo, mas muitas vezes pratica menos. É uma geração com maior consciência sobre saúde mental, limites e autocuidado. O que pode levá-los a evitar situações de risco ou excessos”, afirmou.

Alisha concorda, e complementa: a geração Z está mais crítica: “Não é que seja mais careta — é que está mais crítica. Muitas vezes, o que parece conservadorismo é, na verdade, um desejo legítimo por representações responsáveis, por mensagens que não reforcem padrões tóxicos ou machistas”.

Apesar de muitas pessoas chamarem os jovens de careta, Tatiana Serra destaca que a geração Z ainda é muito progressista, embora conservadora em algumas coisas.

“A Gen Z é ao mesmo tempo progressista nas ideias e, em muitos aspectos, mais conservadora nos comportamentos. Não é uma contradição — é uma adaptação a um mundo que parece mais instável e mais vigiado”, disse.

Alisha finaliza com a opinião de que, apesar de todo o burburinho, o importante é não ser tabu e que isso seja discutido.

“Mas o ponto é: nem tudo que incomoda precisa ser silenciado. O incômodo também pode ser um convite pra reflexão. A arte, como a da Sabrina, cutuca — e a geração Z responde. E isso é potente”.

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