A Rússia realizou neste domingo (07) o maior ataque aéreo desde o início da invasão da Ucrânia, tendo como principal alvo a capital Kiev. Segundo autoridades ucranianas, ao menos cinco pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas.
Pela primeira vez, um edifício do governo em Kiev foi atingido. O prédio, localizado no distrito histórico de Pechersky e que abriga gabinetes de ministros, foi danificado após a ofensiva. Ainda não está claro se houve impacto direto ou se o local foi atingido por destroços de explosões próximas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou os ataques como “um crime deliberado e a extensão da guerra” e voltou a cobrar apoio dos aliados para reforçar as defesas aéreas do país. Em contato com o presidente francês Emmanuel Macron, Zelensky afirmou ter coordenado “próximos passos diplomáticos e esforços conjuntos” em resposta à ofensiva. Macron, em publicação no X, condenou os bombardeios e disse que a Rússia “aprofunda sua lógica de guerra e terror”.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também manifestou apoio a Kiev, afirmando que os ataques demonstram que Vladimir Putin “não está comprometido com a paz”.
Vítimas e destruição
Entre as vítimas está um bebê de apenas três meses, morto em um ataque a um prédio residencial em Kiev. Outros óbitos foram registrados em Dnipropetrovsk, Zaporizhzhia e Sumy. Em todo o país, os bombardeios atingiram ainda cidades como Kryvyi Rih, Odesa e regiões de Chernihiv.
De acordo com autoridades locais, 810 drones e 13 mísseis foram lançados pela Rússia. A defesa ucraniana afirmou ter abatido 747 drones e quatro mísseis, mas reconheceu que houve nove impactos diretos de mísseis e 56 ataques de drones em 37 localidades, oito delas em áreas civis.
Em Kiev, além do prédio governamental, bairros residenciais também foram atingidos, deixando apartamentos destruídos e dezenas de moradores desabrigados. Bombeiros trabalharam durante horas para conter incêndios causados pelas explosões.
Reações internacionais e próximos passos
O Ministério da Defesa da Rússia declarou que os alvos eram fábricas de armamentos, depósitos de drones, arsenais militares e infraestrutura de transporte usada pelo Exército ucraniano.
Já a primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, lamentou as perdas humanas: “Podemos reconstruir prédios, mas vidas não podem ser recuperadas. O mundo precisa responder com ações, não apenas com palavras”, declarou.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou frustração com Moscou, mas ainda evita novas sanções mais duras. Ele afirmou estar discutindo garantias de segurança para a Ucrânia como forma de tentar encerrar o conflito.
Enquanto isso, aliados europeus reforçaram a promessa de apoio político e militar, mas medidas concretas — como o envio de tropas — ainda estão sendo debatidas. Uma nova reunião internacional sobre a guerra está prevista para a próxima semana, com foco em sistemas de defesa aérea e fornecimento de armamentos de longo alcance.
Com informações das agências de notícias Reuters, Associated Press e AFP.







