É desesperador pensar que, todos os dias, alguém desiste da vida. E, no mês em que a campanha Setembro Amarelo reforça a importância da prevenção do suicídio, cabe refletir: o que cada um de nós tem feito para contribuir com esse movimento? A doutora em psicanálise contemporânea Andrea Ladislau conversou com a reportagem do portal LeoDias sobre o tema, que ganha destaque neste período.
De que forma podemos ajudar um suicida em potencial? Como perceber atitudes que podem culminar nesta tragédia?
Veja as fotosAbrir em tela cheia Setembro AmareloReprodução labvicentino.com.br Setembro AmareloReprodução blog.gntech.med.br Setembro AmareloReprodução ufob.edu.br
Voltar
Próximo
Leia Também
Famosos
MC Daniel expõe momento difícil e reforça apoio ao setembro amarelo
Esportes
Após novo flagra, equipe de Neymar empata contra time do Uzbequistão
Esportes
Bruno Henrique é alvo de recurso do MPDFT para também ser réu por estelionato
Esportes
CBF comemora retorno de Lucas Paquetá à Seleção Brasileira: “Ótimo termos ele”
Muito se fala sobre o suicídio, porém, assim como a saúde mental ainda é um mistério para a mente humana, o tema central do mês de setembro também é rodeado por tabus e preconceitos.
Sabemos que, no Brasil, a taxa de crescimento de casos de suicídio aumenta a cada ano. De acordo com dados do IBGE, o aumento é, em média, de 3,7% ao ano. Atualmente, registram-se cerca de 8 suicídios a cada 100 mil habitantes, sendo a faixa etária acima dos 60 anos a mais atingida.
Mas, em geral, todos podem ser acometidos por esse sentimento, independentemente de idade, ideologias, gênero, orientação sexual, nacionalidade, classe social e etnia.
A psicanalista lembra que em algum momento de nossas vidas, pode ser que desconfiemos de que alguém próximo está pensando em se suicidar em decorrência de um grande sofrimento.
“Diante dessa situação, podemos experimentar um sentimento de impotência que nos faz acreditar que não há como intervir. Entretanto, ao contrário do que o senso comum tende a reproduzir, existem diversas maneiras de auxiliar essa pessoa”, diz.
A primeira dica, segundo Andrea é observar os sinais. Uma pessoa com ideação suicida pode dar alguns sinais. Por exemplo, os sinais verbais que não devem ser ignorados: “As pessoas estariam melhor sem mim”; “Eu queria desaparecer”. Temos também sinais comportamentais que demonstram desinteresse intenso; desculpas para evitar contato social e permanecer isolado; mudanças bruscas de comportamento e verbalizações recorrentes em tom de despedida.
“No âmbito emocional, o alerta vem da tristeza profunda; sentimento de culpa; sentido de inutilidade; ansiedade intensa; apatia; irritabilidade; entre outros”, explica.
Importante não ignorar os sinais
Andrea diz que não se pode ignorar os sinais. Para a especialista, a ajuda começa quando se respeita essa dor e busca entender o que o outro está sentindo.
“Muitas pessoas entendem que falar sobre o assunto, incentiva a busca pelo suicídio. Isso é um verdadeiro mito. É preciso provocar a fala, ofertar a escuta ativa e dialogar abertamente, levantando o questionamento sobre as reais intenções da pessoa. Essa atitude pode salvar vidas”, alerta.
A especialista lembra que é preciso evitar minimizar a dor alheia para ganhar a confiança. Pois proferir sentenças e afirmações do tipo: “Mas você tem tudo. Isso é uma besteira” ou “Não seja fraco!”, não resolvem.
“Ouvir com atenção, permitir que seja feita uma catarse emocional, no sentido de esvaziar-se, tem muito mais eficácia nesse momento. Em casos mais graves, estar presente, por perto e não deixar, devido ao alto risco, a pessoa sozinha, também auxilia na prevenção”, afirma.
Por fim, Andrea diz que é preciso ajudar na busca de apoio profissional especializado para desenvolver um plano terapêutico de acolhimento, por ferramentas adequadas e suporte emocional para impedir que a vida seja ceifada.
“Portanto, existem infinitos motivos para um ser humano estar desesperançado o suficiente a ponto de querer acabar com a própria vida. No entanto, a empatia, funciona muito nestas horas, ouça e acolha”, alerta.
A Dra. finaliza: “Uma solução definitiva para problemas temporários. Ou seja, suicídio é coisa séria e a melhor arma no combate a este mal é o apoio emocional.”






