18 dezembro 2025

STJ afasta governador do Tocantins em operação da PF que investiga desvio de R$ 73 milhões na pandemia

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Governador Wanderlei Barbosa anuncia apoio ao presidente Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação/Ascom)

A Justiça afastou do cargo, por seis meses, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos). A decisão é do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e foi tomada nesta quarta-feira (3), no âmbito da 2ª fase da Operação Fames-19, deflagrada pela Polícia Federal. O afastamento tem validade imediata, mas será levado a julgamento no colegiado do STJ.

Segundo a investigação, o governador é suspeito de chefiar um esquema de desvio de recursos durante a pandemia de Covid-19. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 73 milhões.

Wanderlei Barbosa, governador do Tocantins, durante as eleições de 2022 — Foto: Aurora Fernandes/TV Anhanguera
Wanderlei Barbosa, governador do Tocantins, durante as eleições de 2022 — Foto: Aurora Fernandes/TV Anhanguera

A investigação

A PF apura fraudes em contratos de fornecimento de cestas básicas e frangos congelados, custeados por emendas parlamentares entre 2020 e 2021. Nesse período, ao menos 1,6 milhão de cestas básicas foram adquiridas sem licitação, amparadas pelo decreto de emergência. A suspeita é de que parte do material não tenha sido entregue à população.

Os investigadores apontam ainda que os valores desviados teriam sido usados em empreendimentos de luxo, compra de gado e despesas pessoais de envolvidos no esquema.

Mais de 200 policiais federais participam da operação, que cumpre 51 mandados de busca e apreensão em Palmas, Araguaína, Distrito Federal, Paraíba e Maranhão.

O que disse o governador

Em nota, Wanderlei Barbosa afirmou que respeita a decisão judicial, mas classificou a medida como “precipitada”. Ele destacou que os contratos investigados foram assinados entre 2020 e 2021, quando ainda exercia o cargo de vice-governador e não era ordenador de despesa.

“Por minha determinação, a Procuradoria-Geral do Estado e a Controladoria-Geral instauraram auditoria sobre os contratos e já encaminharam as informações às autoridades competentes. Acionarei os meios jurídicos necessários para reassumir o cargo e comprovar a legalidade dos meus atos”, declarou Barbosa.

Outras operações da PF

Além da ação em Tocantins, a PF deflagrou nesta quarta-feira mais quatro operações simultâneas em diferentes estados:

  • Operação Zargun (RJ): mira braço político e financeiro de organização criminosa; há 18 prisões e bloqueio de R$ 40 milhões.

  • Operação Cassandra (SC, SP, PR, MG e MT): combate tráfico internacional de pessoas em cooperação com Europol e polícia da Irlanda; cinco prisões foram realizadas.

  • Operação Paroxismo (AP): investiga fraude em contrato de R$ 69,3 milhões para obras no Hospital Geral Municipal de Macapá; o prefeito Dr. Furlan (MDB) está entre os alvos.

  • Operação Sintonia Fina (PE): desarticula grupo envolvido em tráfico de drogas, armas, homicídios e lavagem de dinheiro; 21 prisões preventivas foram decretadas.

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