A Globo, em “Vermelho Sangue”, nova superprodução da plataforma de streaming Globoplay, volta a apostar em lançamentos. Desta vez, com a mineira Ana de Santana, modelo internacional e atriz, intérprete da personagem Juliana.
Ela integra o elenco da trama, criada e escrita por Claudia Sardinha e Rosane Svartman, com estreia marcada para 2 de outubro e que navega em mistério, ciência e criaturas fantásticas.
Em seu primeiro trabalho, Ana estará ao lado de nomes como Alanis Guillen, Rodrigo Lombardi, Heloísa Jorge, Bete Mendes, Leticia Vieira, Pedro Alves, Milhem Cortaz, entre outros.
A primeira temporada reúne 10 episódios e o lançamento da segunda já está confirmado para 2026, em que a atriz, inclusive, terá uma maior participação.
Sua personagem, antiga melhor amiga de Flora (Guillen), é filha do delegado Edgar (Che Moais), e estuda no Instituto de Biologia da cidade e, a princípio, parece presa a uma mentalidade limitada, repetindo padrões e preconceitos herdados do seu meio.
Com 28 anos e nascida em Uberlândia, Ana de Santana começou a trabalhar aos 17 como modelo. Desde então, viajou por França, Alemanha, Itália e Inglaterra e posou para revistas como Vogue Itália e fez trabalhos para grandes marcas, como Prada, Armani, Versace, Lacoste, Harrods e Avon, tudo isso sem descuidar do aperfeiçoamento artístico. Recentemente, foi aprovada para a Kingdom Drama School, em Londres — instituição frequentada por grandes nomes do audiovisual britânico.
Como está a expectativa para se ver pela primeira vez atuando?
AS – Acho que vou assistir com um olho aberto e outro fechado (risos). É uma mistura de ansiedade com frio na barriga. Eu estou acostumada a me ver pelas lentes das câmeras, com muita maquiagem, produção, poses pensadas e, claro, um pouco de photoshop (risos). Já na série, a primeira cena que gravei foi catando cocos (literalmente). Então, a expectativa é em me ver assim vulnerável, interpretando uma outra personalidade diferente da Ana modelo e da Ana da vida real. Acho que é aí que mora a magia e também o desafio do audiovisual: me conhecer o suficiente para sair do meu próprio espaço e ocupar o espaço de ser outra pessoa. Mal posso esperar para conhecer essa versão de mim, e desconfio que será a minha favorita.
Qual sua lembrança do primeiro dia no set?
AS – Eu estava completamente nervosa e eufórica. Lembro de observar meus colegas de cena, mais experientes, superdescontraídos, brincando no set, e pensar: “Será que tá todo mundo nervoso que nem eu, só fingindo que não tá… igualzinho eu tô fazendo agora?” (risos). Mas, quando a câmera ligou, foi como se todas as vozes se calassem e eu simplesmente estava ali, no presente, vivendo a história. Quando ouvi o “corta” fiquei em êxtase. Foi como se eu tivesse sido outra pessoa por cinco minutos e de repente voltasse a ser eu mesma. Essa sensação é indescritível, eu só conseguia pensar: “ok, quero fazer isso para o resto da minha vida’’.
Você é modelo internacional há 11 anos. Como surgiu o convite para atuar?
AS – Atuar sempre foi meu sonho. A moda aconteceu na minha vida quase que por acaso. Sou muito grata por tudo o que vivi nesse universo, mas eu sabia, lá no fundo, que meu caminho era outro. Curiosamente, foi num concurso, que eu fiz focada em conseguir um agente de atuação, que um scouter internacional me descobriu e me levou para fora do Brasil. E mesmo vivendo experiências incríveis, a sensação era sempre a mesma: eu trocaria qualquer desfile ou campanha por um papel como atriz. Chegou um momento em que não dava mais para ignorar isso. Voltei para o Brasil decidida a estudar, a mergulhar nesse universo e a me conectar com quem também gostava de arte. Vermelho Sangue foi meu primeiro teste. Eu nem sabia direito como funcionava um processo de seleção. Gravei em casa mesmo, com o que eu tinha e deu certo. Fiquei muito orgulhosa de ter saído da minha zona de conforto pra ir atrás do meu sonho. Eu sabia que o universo retribuiria minha coragem.
No que a carreira de modelo tem ajudado na de atriz?
AS – São carreiras completamente opostas, mas muito parecidas em alguns pontos. A disciplina física e emocional que a moda me ensinou com a rotina pesada, pouco sono, frio, calor, viagens já faziam parte da minha vida. A câmera, que às vezes assusta um ator em cena, para mim também já era velha conhecida. Aprendi muito novinha a ter profissionalismo, lidar com os “nãos” e enxergar como degraus para o “sim”, manter o ego no lugar. E claro o lado financeiro também faz diferença: ser modelo me permite investir na minha carreira de atriz e, mais importante, continuar ajudando os meus [familiares] entre um projeto e outro, algo que é prioridade para mim.
Como o mundo da moda lá fora enxerga o Brasil?
AS – O Brasil é muito presente na moda lá fora. Eles são grandes fãs da nossa beleza. Mesmo que a gente, às vezes, ache que somos muito diferentes entre nós, existe algo em comum: um brilho no olhar, um jeito de se comunicar, o sotaque. Eu consigo reconhecer uma brasileira de longe no set. Lá fora, isso chama atenção. E, além da beleza, também existe uma admiração pelo nosso jeito de trazer leveza e alegria, mesmo em dias longos de trabalho. Claro, às vezes rola um comentário ou estereótipo fora de lugar. Eu demorei, mas aprendi a me posicionar profissionalmente sempre que acontece.






