Silenciosa, discreta e praticamente invisível aos olhos mais desatentos, a aranha-marrom (Loxosceles sp.) costuma se instalar dentro de casa sem fazer alarde. “Ela não é agressiva. É uma aranha tranquila, que prefere sempre ficar escondida”, explica o biólogo Fabiano Soares. Mas apesar de discreta, pode representar um grande perigo quando se sente ameaçada.
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De acordo com o especialista, o segredo para evitar o aparecimento dessa visitante indesejada está nos detalhes: “Ela gosta de locais pouco acessados, secos, com pouca luz e silêncio”. Ou seja: atrás dos móveis, gavetas que ficam tempo demais fechadas, roupas e sapatos guardados por semanas, e principalmente porões, garagens e depósitos com entulho são um prato cheio para a aranha-marrom.
Por isso, manter a casa limpa, organizada e arejada é o primeiro passo. Fabiano destaca a importância de afastar móveis da parede, limpar rodapés, evitar acúmulo de objetos parados e inspecionar roupas e calçados antes de usá-los — principalmente em regiões onde a espécie é mais comum, como no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A aranha-marrom é responsável por acidentes que podem evoluir de feridas graves a casos fatais, se não houver atendimento médico imediato
Como identificar a aranha-marrom
Apesar do nome, nem sempre é fácil identificá-la. “Ela mede entre 1 e 4,5 centímetros, é marrom; às vezes puxando para o vermelho, e tem um desenho que lembra um violino no tórax”, conta. O problema é que esses detalhes são difíceis de notar a olho nu, e o medo muitas vezes atrapalha ainda mais. Uma diferença marcante está nas pernas: o segundo par é maior que o primeiro e ela anda sempre próxima ao solo.
Mesmo sendo pacífica, acidentes podem acontecer quando ela é comprimida sem querer — por exemplo, ao calçar um sapato onde ela está escondida, ou ao sentar sobre ela. A picada é perigosa: a peçonha pode causar necrose e requer atendimento médico imediato.
Para manter a aranha-marrom longe da sua casa, Fabiano reforça algumas ações simples, mas eficazes:
- Mantenha a limpeza em dia, especialmente em cantos e sob móveis;
- Afaste móveis da parede para evitar esconderijos;
- Evite acúmulo de entulho ou objetos sem uso;
- Instale telas em janelas e vedações em portas;
- Inspecione roupas, toalhas e calçados antes de usar;
- Deixe ambientes arejados e bem iluminados sempre que possível;
“Evitar que ela apareça é mais seguro do que tentar identificar depois que o problema já está dentro de casa”, conclui o biólogo.
