7 dezembro 2025

Com Bolsonaro inelegível, especialistas analisam xadrez da direita em 2026 e papel do ex-presidente

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O ex-presidente Jair Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A inelegibilidade deixou um campo aberto na direita para o próximo nome que pode desbancar o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas. Nesta semana, Lula anunciou que vai se candidatar nas próximas eleições, durante um evento na Indonésia.

Os principais nomes da direita são Tarcísio de Freitas (Republicanos), atual governador de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais. Segundo o cientista político Magno Karl, “ambos tentam representar uma direita mais técnica e relativamente moderada”. Nas pesquisas, no entanto, ambos aparecem atrás de Lula em cenários hipotéticos.

Veja as fotosAbrir em tela cheia Jair BolsonaroReprodução / Band Jair Bolsonaro – Internet Reprodução O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)Foto: Jorge Sant’Ana/Globo Jair Bolsonaro – Internet Reprodução Tarcísio e Jair BolsonaroFoto: Alan Santos/Secom

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Lucas Fernandes, cientista político e coordenador de Análise Política na BMJ Consultores Associados, pontua que Tarcísio é o franco favorito, aliado fiel de Bolsonaro. “Ele enfrenta essa difícil decisão: de continuar no governo de São Paulo, numa eleição que tenderia a ser bastante segura, ou uma campanha presidencial que poderia ser bastante difícil e ele poderia acabar perdendo”, diz.

Fernandes aponta ainda outros nomes, também de governadores, que estão finalizando seus segundos mandados e não podem concorrer à reeleição pelos seus estados. São eles: Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Ratinho Jr. (PSD), do Paraná. “São governos mais bem avaliados, dialogam com pautas mais conservadoras, teriam um apelo dentro dos seus estados, mas enfrentam a dificuldade de se nacionalizar”, diz o especialista.

Outro nome é de Eduardo Leite (PSD), governador do Rio Grande do Sul, que corre por fora e não está completamente associado a pautas conservadoras, segundo Fernandes.

Mas ainda há figuras dentro da própria família Bolsonaro que são vistos como viáveis. Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, pode herdar parte do eleitorado mais fiel ao ex-presidente, de acordo com Karl, mas, para Fernandes, dentro dos nomes da família, Bolsonaro já havia demonstrado que prefere outras possibilidades. Também há o senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ) que, segundo Fernandes, apesar de bem relacionado com a classe política, dos filhos do ex-presidente, é o mais afastado dos holofotes.

O terceiro nome é do deputado Eduardo Bolsonaro (PL/SP). que, segundo o especialista, já teve embates com uma série de líderes partidários e está afastado do país, morando nos Estados Unidos, o que pode dificultar uma possível candidatura.

O papel de Bolsonaro
Magno Karl explica que Bolsonaro será um padrinho político muito relevante. “Mesmo fora da disputa direta, ele mantém forte influência sobre a base mais fiel da direita (que ocupa e elege políticos de múltiplos partidos) e, claro, sobre o Partido Liberal. Para tentar se manter relevante, ele certamente irá buscar valorizar o peso de seu endosso a uma candidatura e exercer influência sobre a composição da chapa, maximizando a manutenção do seu estilo e discurso, mas também a fidelidade pessoal a ele, talvez inclusive indicando alguém da própria família”, explica.

Fernandes termina por dizer que Bolsonaro será um nome essencial para o candidato que ocupar seu lugar, mas que enfrentará dificuldades, como não poder ser uma voz ativa na campanha devido à sua condenação, que impõe uma série de limitações.

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