Detido pela PF, Buzeira é alvo de pedido de prisão por rifas on-line

Detido pela PF, Buzeira é alvo de pedido de prisão por rifas on-line

O influenciador Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, detido em operação da Polícia Federal (PF), é alvo de novo pedido de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). No processo, ele é réu por participação em um esquema de lavagem de dinheiro de rifas on-line.

A ação tramita na 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de São Paulo e está sob segredo de justiça.

Buzeira foi preso no dia 14 de outubro na Operação Narco Bet, que tem como objetivo desarticular um esquema de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico internacional de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC).

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O Ministério Público de São Paulo confirmou o recebimento da denúncia e o pedido de prisão.

Até essa segunda-feira (20/10), o influenciador estava na Superintendência da PF, na Lapa, na zona oeste da capital. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), ele foi transferido para o Centro de Detenção Provisória IV de Pinheiros, também na zona oeste.

Prisão de Buzeira

Segundo a PF, Buzeira recebeu R$ 19,7 milhões de Rodrigo Morgado, que é investigado por enviar 3 toneladas de cocaína para a Europa e apontado como líder da organização criminosa. O dinheiro foi depositado em uma conta da empresa do influenciador, a Buzeira Digital.

O influenciador é considerado um dos rostos “legítimos” usados para lavar o dinheiro da facção em apostas e rifas on-line, disfarçadas de promoções e sorteios.

Na audiência de custódia após sua prisão, Buzeira afirmou que fatura entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões por mês com publicidade em suas redes sociais (veja abaixo).

 

Operação Narco Bet

  • Ao todo, 11 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão foram cumpridos nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
  • Um dos mandados de prisão também ocorreu na Alemanha, com apoio da Polícia Criminal Federal do país.
  • As investigações apontam que o grupo criminoso utilizava métodos avançados de dissimulação financeira, movimentando valores em criptomoedas, remessas internacionais e empresas de fachada para ocultar a origem dos lucros do tráfico.
  • Parte dos recursos lavados teria sido canalizado para empresas do setor de apostas eletrônicas, as chamadas “bets”, com o objetivo de mascarar os ganhos provenientes do tráfico e inserir o dinheiro no sistema financeiro com aparência de legalidade.
  • No total, foram bloqueados R$ 630 milhões em bens e valores. Empresas do ramo de apostas esportivas estão sendo investigadas por suspeita de participação no esquema criminoso.
  • A Polícia Federal não divulgou o nome das empresas de apostas investigadas, mas afirmou que algumas delas são regularizadas e obtiveram licenças com dinheiro ilícito.

Durante buscas na casa de Buzeira, localizada em um condomínio de alto padrão em Igaratá, os agentes encontraram o que classificaram como um “arsenal de guerra”. Entre o material apreendido, havia fuzis, pistolas, revólveres, munições, carregadores, radiocomunicadores e roupas de uso tático, todos armazenados de forma organizada em compartimentos da residência.

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Buzeira

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Defesa pede domiciliar a contador preso na mesma operação de Buzeira

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Influenciador Buzeira

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Influenciador Buzeira

Reprodução

A PF também encontrou duas pedras brutas na casa do influenciador. A suspeita é que as pedras sejam esmeraldas de R$ 1,7 bilhão que o influencer comprou para ocultar crimes.

Empresário investigado

Para a polícia, Rodrigo Morgado seria um “possível operador logístico-financeiro” do esquema e atuava como um “verdadeiro banco particular” de outros investigados, movimentando grandes valores em contas pessoais e de empresas sob seu controle, inclusive por meio de conversões em criptomoedas e repasses a terceiros, tudo de maneira ilegal.

As autoridades também apontam uma relação direta entre Morgado e uma embarcação chamada Veleiro Lobo IV, apreendida pela Marinha dos Estados Unidos da América, entre o arquipélago de Cabo Verde e as Ilhas Canárias, por estar sendo usado para o transporte de mais de quatro toneladas de cocaína, fato que originou a Operação Narco Vela — que culminou na operação da última terça-feira (14/10), chamada de Narco Bet.

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