13 dezembro 2025

“É uma situação excepcional, pode acontecer”, diz médica sobre bebê prematuro declarado morto no Acre

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Foto: Reprodução

A neonatologista Mariana Colodetti, plantonista do Hospital da Criança em Rio Branco, concedeu entrevista coletiva neste sábado (25) para esclarecer o caso do bebê prematuro que foi declarado morto na Maternidade Bárbara Heliodora, mas encontrado com sinais de vida minutos antes do sepultamento no Cemitério Morada da Paz, no bairro Calafate.

Mariana explicou que não estava presente no parto, mas assumiu o plantão às 7h da manhã e recebeu o bebê por volta das 10h, quando ele foi levado pela funerária após a família perceber que ainda tinha sinais vitais. “Recebemos o bebê e prontamente demos todo o suporte que ele precisava: intubação, cateterismo umbilical, medicações, incubadora aquecida e umidificada, tudo que um prematuro extremo necessita”, disse a médica.

O bebê é considerado prematuro extremo, com 23 semanas e 5 dias de gestação e cerca de 520 gramas, estando em uma situação clínica crítica. Apesar disso, segundo Mariana, ele encontra-se grave, porém estável, e recebe acompanhamento contínuo da UTI Neonatal.

A neonatologista destacou que é cedo para falar em erro médico, lembrando que casos como este são raros, mas excepcionais, e já registrados na literatura médica. “Não conseguimos definir ainda o que ocorreu entre o parto e o momento em que o bebê apresentou sinais de vida. Tudo será investigado”, afirmou.

Mariana explicou que todos os protocolos da maternidade e da UTI Neonatal foram seguidos rigorosamente desde a chegada do bebê. “Tudo que aconteceu anteriormente já está sendo apurado. O importante agora é garantir assistência completa à criança e informar os pais, que estão cientes da gravidade da situação”, acrescentou.

A médica ressaltou que, apesar da raridade do caso, há registros de bebês prematuros extremos que sobrevivem em situações semelhantes. “São casos excepcionais, mas podem acontecer. Já vivenciei um caso com desfecho positivo durante minha formação médica”, afirmou.

A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) acompanha o caso e informou que medidas administrativas serão adotadas após a conclusão das investigações.

O episódio gerou grande repercussão e trouxe à tona a complexidade do atendimento a recém-nascidos prematuros extremos, reforçando a importância de seguir protocolos clínicos rigorosos para garantir a assistência e a segurança dos pacientes.

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