9 novembro 2025

Fotógrafo captura imagem rara de “fantasma branco”: um lince-ibérico com leucismo

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Lince-ibérico totalmente branco — Foto: Reprodução/X
Lince-ibérico totalmente branco — Foto: Reprodução/X

Em uma cena que mais parece sair de um conto de fadas, o fotógrafo espanhol Ángel Hidalgo imortalizou um espetáculo da natureza: um lince-ibérico de pelagem completamente branca. O registro inédito, fruto de meses de paciência e persistência, ocorreu na serra da província de Jaén, no sul da Espanha, um dos últimos redutos desta espécie criticamente ameaçada.

“Fiquei paralisado. Não conseguia acreditar no que via”, relatou Hidalgo, em entrevista ao jornal El País na última quarta-feira. Especializado em documentar a vida selvagem da Península Ibérica, o fotógrafo explicou que seguia pistas, rastros e imagens de câmeras de monitoramento à procura do animal, já conhecido pelos moradores da região pelo apelido de “fantasma branco”.

Diferente dos linces-ibéricos típicos, que possuem uma pelagem castanha ou amarelada com manchas escuras para camuflagem, este exemplar único apresenta uma condição genética rara. Especialistas acreditam que se trata de leucismo, uma mutação que causa a perda parcial ou total da pigmentação na pele e pelos.

Vale destacar que o leucismo é diferente do albinismo: enquanto no albinismo os olhos são avermelhados ou rosados devido à falta de pigmentação, no leucismo a cor dos olhos permanece normal, o que parece ser o caso do lince fotografado.

A descoberta ganha um significado ainda maior ao se considerar a trajetória do lince-ibérico (Lynx pardinus), classificado como uma das espécies de felinos mais ameaçadas do mundo. Graças a décadas de esforços em programas de reprodução em cativeiro e reintrodução, sua população, que já esteve à beira da extinção, hoje supera 2 mil indivíduos na Península Ibérica.

A aparição deste “fantasma branco” não é apenas um evento raro para a ciência, mas também um símbolo de resiliência e um lembrete da importância contínua dos trabalhos de conservação que permitiram que essa joia da fauna ibérica continuasse a surpreender o mundo.

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