O ex-jogador e empresário Léo Moura está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por suspeita de envolvimento com a empresa Palpite na Rede, que foi alvo da Operação Banca Suja, deflagrada nesta quinta-feira (16) pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD).
De acordo com a polícia, Léo Moura atuava como garoto-propaganda da empresa e chegou a divulgar, em suas redes sociais, links de cadastro para a plataforma de apostas. As publicações ofereciam bônus de boas-vindas e faziam parte de uma estratégia comum entre influenciadores, que ganham valores proporcionais à quantidade de novos usuários cadastrados.
Em nota, o ex-jogador afirmou que foi contratado apenas para um trabalho publicitário e negou qualquer envolvimento com o esquema.
“Eu apenas fui contratado por uma empresa de publicidade para uso da imagem, mas sem vínculo com a empresa”, declarou Léo Moura.
Segundo os investigadores, ao associar sua imagem à marca, o ex-jogador teria ajudado a ampliar o alcance das apostas ilegais, fortalecendo atividades consideradas criminosas, como cassinos virtuais e jogos de azar, que são proibidos pela legislação brasileira.
A Operação Banca Suja tem como alvo uma organização criminosa suspeita de explorar jogos de azar online, fraudar apostadores e movimentar mais de R$ 130 milhões em três anos.
Ao todo, os agentes cumprem 15 mandados de busca e apreensão e determinaram o bloqueio de R$ 65 milhões em contas ligadas aos investigados. As ações se concentram no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, e na Baixada Fluminense, especialmente em Duque de Caxias.
As investigações começaram após a análise das movimentações financeiras da empresa One Publicidade e Marketing Digital Ltda, responsável pela marca Palpite na Rede. A polícia identificou transferências milionárias suspeitas entre contas de pessoas físicas e jurídicas, incluindo empresas de pequeno porte sem lastro financeiro compatível.
Ainda segundo o inquérito, o site e os perfis da Palpite na Rede divulgavam abertamente cassinos virtuais e apostas sem autorização da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, órgão responsável pela regulamentação do setor.
As autoridades também apuram possíveis conexões do grupo com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e relações comerciais com Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho, apontado como um dos principais nomes da máfia dos cigarros. Embora ele não seja alvo direto da operação, os investigadores tentam entender o vínculo entre seus negócios e o esquema de apostas ilegais.