O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ter se surpreendido com a “cordialidade” demonstrada por Donald Trump durante uma conversa telefônica realizada na última segunda-feira (6). O diálogo entre os dois líderes, que durou cerca de 30 minutos, teve tom amistoso e foi considerado positivo pelo governo brasileiro.
Em entrevista à TV Mirante, afiliada da Rede Globo no Maranhão, Lula destacou que o encontro virtual foi produtivo e sinalizou disposição para diálogo entre Brasil e Estados Unidos.
“O Brasil e os EUA têm que ser exemplo ao mundo como as duas maiores democracias ocidentais. Acho que ele entendeu isso, e fiquei bastante surpreso com a cordialidade dele”, disse o presidente.
Durante a conversa, Lula tratou de questões econômicas e diplomáticas, mencionando as taxações impostas por Trump a produtos brasileiros e as sanções aplicadas a autoridades do país, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu falei para ele que, para a gente começar a conversar, é importante rever essas taxações e também as punições aos nossos ministros. Precisamos discutir com um pouco mais de verdade”, afirmou Lula.
De acordo com assessores do Planalto, os dois presidentes também trocaram contatos pessoais para facilitar o diálogo direto, sem intermediários.
A aproximação ocorre após Trump mencionar, em discurso na Assembleia Geral da ONU, no fim de agosto, que mantinha uma “excelente química” com Lula e que pretendia conversar com o brasileiro.
Após o telefonema, ambos sinalizaram que devem se encontrar pessoalmente em breve para discutir temas bilaterais e de interesse comum.
