
De acordo com os boletins de ocorrência registrados na Delegacia Geral de Polícia Civil de Sena Madureira, as vítimas relataram que trabalhavam em um barracão de madeira quando foram surpreendidas pelo fazendeiro e outros dois homens. O documento aponta que um deles portava uma pistola, que foi apontada em direção aos trabalhadores, enquanto outro exibia arma na cintura.
Durante a ação, um dos posseiros afirma ter recebido uma agressão com terçado desferida por “Paulinho”, além de sofrer ameaças de morte caso não deixasse a área. A denúncia registra ainda que a região já é utilizada há muitos anos por famílias que sobrevivem do extrativismo da castanha.
Em depoimento, a vítima Antônio Silva de Melo, 47 anos, contou que a situação se agravou na manhã desta sexta-feira (10), quando estava acompanhado de seu cunhado Everson Souza de Lima, de 18 anos, que testemunhou as ameaças. Ambos registraram oficialmente o caso, pedindo que a Justiça e as autoridades policiais adotem medidas cabíveis.
Em áudios enviados à redação do YacoNews, moradores reforçam as acusações contra o fazendeiro.
“No ramal do Cassiriam do 25 tem um fazendeiro conhecido como Paulinho. Ele já vem há bastante tempo praticando esse tipo de crime. Ele é grileiro de terra. Nós somos posseiros de castanha, já estamos há bastante tempo nessa área. Hoje ele foi lá, armado, ameaçou e ainda bateu no meu cunhado. Ele já vem há muito tempo praticando atos de violência, não só com a gente, mas com outros vizinhos que também trabalham com castanha”, relata um dos denunciantes.
Segundo os posseiros, a tentativa de grilagem e as ameaças vêm sendo recorrentes, criando um clima de medo entre as famílias que vivem do extrativismo na localidade.
O boletim de ocorrência foi registrado como esbulho possessório com uso de violência (art. 161, §2º do CPB), ameaça (art. 147), lesão corporal dolosa (art. 129) e porte ilegal de arma de fogo (art. 16, §1º da Lei 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento), considerado crime hediondo.
As vítimas aguardam as providências legais por parte da Polícia Civil e pedem que as autoridades atuem para garantir a segurança das famílias que vivem da coleta de castanha no Ramal do Cassiriam.








